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Greve nas federais já atinge os hospitais universitários do país

Consultas eletivas e alguns tipos de exame são cancelados por falta de técnicos

ESTELITA HASS CARAZZAI
DE CURITIBA
PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE

O atendimento dos hospitais universitários -referência no serviço do SUS (Sistema Único de Saúde)- começa a ser afetado pelas paralisações por todo o país.

A greve nacional dos professores das universidades federais já dura um mês e meio e atinge 95% das escolas, segundo a organização. O governo diz não ter balanço da paralisação.

Em paralelo, acontece a greve dos servidores técnico-administrativos das federais, iniciada no último dia 11 de junho.

A categoria, que abrange técnicos em enfermagem, assistentes administrativos, auxiliares de laboratório, motoristas e dezenas de outros profissionais, reivindica recomposição salarial de 22% e piso de três salários mínimos, entre outros pontos.

HOSPITAIS

A adesão dos servidores à greve varia de acordo com a universidade, mas é suficiente para causar transtornos em alguns hospitais.

No Hospital de Clínicas da UFPR (Universidade Federal do Paraná), por exemplo, cerca de 70% do atendimento está comprometido.

Na semana passada, o hospital suspendeu todas as consultas eletivas (cerca de 1.400 por dia, muitas agendadas com meses de antecedência) devido à falta de técnicos nos laboratórios, que estão sem funcionar há pelo menos duas semanas.

Não estão sendo feitos exames laboratoriais, como de sangue e urina, de imagem (ultrassom, raios-X e tomografia) e endoscopias digestivas.

Só foi preservado o atendimento a pacientes internados (o HC tem 510 leitos) e em tratamento quimioterápico, além dos atendimentos de urgência e emergência -que, ainda assim, foram afetados.

Nas UTIs, por exemplo, 4 dos 14 leitos estão inutilizados, por falta de pessoal. Metade dos dez leitos do pronto-atendimento também foram bloqueados pela direção.

A estimativa é que entre 10 mil e 15 mil pessoas tenham deixado de ser atendidas desde o início da greve.

Procurada, a assessoria de imprensa do hospital informou que nenhum diretor poderia dar entrevista sobre o assunto.

Em Minas Gerais, no Hospital das Clínicas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), cerca de 25% do atendimento ambulatorial e hospitalar foi comprometido.

De acordo com a direção do hospital, todas as consultas e exames já agendados estão sendo realizados.

As restrições são apenas para novas consultas e exames -mas testes que apenas o Hospital de Clínicas realiza na rede pública não foram interrompidos. No total, 140 mil exames são feitos todo mês no hospital.

No ano passado, os servidores técnico-administrativos das universidades federais ficaram cerca de cem dias em greve em todo o país, mas não houve negociação com o governo federal.

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