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Politécnica da federal do Rio tem rotina quase normal

DO RIO

A Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que reúne os cursos de engenharia, é uma das poucas unidades da instituição que segue uma rotina -quase- normal desde o início da greve das federais, em 22 de maio.

De acordo com a universidade, 70% dos professores estão parados. Na Politécnica, porém, os índices são diferentes. Um exemplo: dos 24 professores do curso de engenharia naval, apenas seis entraram em greve.

"No meu departamento quase todos os professores seguiram com as aulas. E tiveram o apoio de 100% dos alunos", diz Paulo Henrique Amaral, 21, aluno de engenharia mecânica.

José Henrique Sanglard, um dos professores da engenharia naval que aderiram à greve, explica a divisão que ocorreu na Escola Politécnica.

"Muitas vezes o professor apoia nossas reivindicações, mas não vê na greve a forma correta de reivindicação", afirma o acadêmico. "Mesmo assim, conquistamos um grande apoio, inclusive dos estudantes", diz.

As aulas continuam, mas para efeitos administrativos é como se não existissem. As notas das provas realizadas, por exemplo, não podem ser lançadas, assim como as faltas e as presenças.

Todos os atos acadêmicos estão oficialmente suspensos até o fim da paralisação. O procedimento é adotado para garantir que os estudantes da universidade encerrem o período simultaneamente. Mesmo que com atraso.

"Existe uma comissão de ética para avaliar, por exemplo, os casos de alunos aprovados em concursos públicos que precisam se formar ainda neste semestre", diz Luciana Boitux, professora do departamento de direito.

INFRAESTRUTURA

Um dos integrantes da comissão de greve da UFRJ, o professor Luís Eduardo Acosta, da Escola de Serviço Social, aponta algumas razões para a paralisação:

"A UFRJ passou por um processo de expansão, o que é positivo. Só que não houve investimento em infraestrutura ou na contratação de professores. As aulas estão superlotadas e os professores, totalmente dedicados ao ensino. Com isso, deixam de lado as pesquisas acadêmicas", afirma o professor.

A reitoria da UFRJ acatou a decisão do conselho universitário, formado por professores da instituição, de apoiar a greve. Mas não se manifestou sobre as críticas à atual gestão. (FABIO BRISOLLA)

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