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Outro lado

'Choque de gestão' levará 21 mil PMs às ruas

Comandante admite que meta é ter menos gente na estrutura administrativa, mas contesta dados do TCE

DE SÃO PAULO

O comandante-geral da Polícia Militar, Roberval França, disse que a corporação tem um plano para modernizar a gestão e permitir o deslocamento para as ruas de cerca de 21 mil policiais que estão na área administrativa.

"Mas baseado em uma estratégia racional, em um choque de gestão, em uma racionalização administrativa."

O plano foi levado ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) há dois meses -e aprovado- e inclui ações que vão da reestruturação administrativa ao fim de atividades tidas como não policiais.

Entre essas estão a cessão de policiais para segurança de órgãos e a escolta de presos.

Pode haver, ainda, a fusão ou a extinção de batalhões e outras estruturas da PM, terceirizações e mais investimentos em tecnologia.

Embora admita que a meta é ter menos gente na estrutura administrativa e mais policiais nas ruas, ele contesta as conclusões do TCE.

Segundo ele, o efetivo é de 96.316 PMs (incluindo 6.000 temporários, que só fazem atividades administrativas, não computados pelo tribunal).

Ele critica a iniciativa de considerar administrativo o contingente de 2.000 homens que atuam nos 16 Copoms (centros de emergência que recebem chamados da população e despacham equipes).

Foram criados 12 Copoms em seis anos, que fizeram, em 2011, 43,2 milhões de atendimentos. "Quanto mais a PM se organiza, mais abre espaço para a demanda reprimida."

Outra crítica é incluir no total de 23.301 servidores em funções administrativas o contingente de 3.890 PMs aprovados em concurso e que passam por treinamento obrigatório antes de ir às ruas.

VIÉS TÉCNICO

Sobre o efetivo, diz que a "PM está em um limiar estável". "Mas teremos ganho significativo daqui para frente."

Ele negou que o setor administrativo foi inflado com a criação de batalhões para atender demanda política. "A polícia tem 17 variáveis para definir a criação de estruturas. O viés é sempre técnico."

Sobre a falta de bases comunitárias, diz que prioriza bases móveis em vez das fixas. "Se os crimes migram e tenho uma base fixa, o que acontece?"

Para ele, as recomendações do TCE "carecem de fundamento técnico em segurança pública". Sobre o fato de 86,8% do orçamento ser aplicado na capital, disse que isso ocorre porque diretorias como de pessoal (responsável pela folha de pagamento) e logística (compras de armas, carros, uniformes etc) ficam em São Paulo.

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