Suspeito de sequestrar Brenda é preso no PR

A Polícia Civil de São Paulo prendeu ontem em Maringá (PR) o ajudante-geral Jorge Antunes Cardozo, 47, suspeito de sequestrar a menina Brenda Gabriela da Silva, 4, durante um culto da Igreja Deus É Amor na capital paulista, no dia 10 de junho.

O suspeito foi detido por policiais do 6º DP (Cambuci), que viajaram ao Paraná após rastrearem a movimentação bancária de Cardozo.

"Ele não ofereceu resistência à prisão. Confessou tudo e disse que fez uma besteira", afirma José Gonzaga Pereira da Silva Marques, delegado titular do 6º DP.

Cardozo foi preso na rua, perto da agência bancária em que fazia os saques.

Segundo a polícia, ele estava morando na rua e se mantendo com o dinheiro que recebeu da empresa quando foi demitido do último emprego.

RECONHECIMENTO

Os policiais e o suspeito chegariam ontem à noite a São Paulo. Cardozo seria ouvido formalmente e submetido a reconhecimento de testemunhas, inclusive de Alex de Carvalho, 17, o vizinho que encontrou Brenda duas semanas após o sequestro.

Outro suspeito foi detido pela polícia no dia 27, dois dias após a localização de Brenda, mas liberado em seguida. Impressões digitais confirmaram não se tratar de Cardozo. A polícia também divulgou um laudo descartando que a garota sofreu abuso sexual.

O delegado Marques disse que pretende concluir o inquérito hoje e que irá indiciar Cardozo por sequestro, com dois agravantes -pela vítima ser menor de idade e por ter sido submetida a sofrimento psicológico. A pena varia de dois a oito anos de prisão.

Com a conclusão da investigação, a polícia vai pedir a prisão preventiva de Cardozo.

A reportagem não teve acesso ao suspeito nem foi informada se ele já havia constituído advogado.

ESMOLA

Ao ser preso, Cardozo, disse à polícia que sequestrou Brenda para usá-la quando fosse pedir esmolas.

"Ele contou que foi ele mesmo que a levou de dentro da igreja. Ele era frequentador. Contou também que ele próprio cortou o cabelo da menina", disse Marques.

De acordo com o policial, o cabelo encontrado na casa do suspeito, em Ferraz de Vasconcelos (na Grande São Paulo), era mesmo de Brenda.

A Igreja Deus É Amor informou que o nome de Cardozo não consta em seu cadastro de fiéis do templo do Glicério.