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João Ubaldo seduz plateia em mesa sobre Jorge Amado

Baiano como Jorge Amado (1912-2001), João Ubaldo Ribeiro cativou o público que assistiu ontem à mesa em homenagem ao centenário do autor de "Gabriela".

João Ubaldo debateu com Walcyr Carrasco -que assina a adaptação do romance atualmente no ar na Globo- durante uma hora e meia, em que falaram de como Amado permanece atual e das diversas versões que seus livros tiveram para TV e cinema.

Do lado de fora da Casa da Cultura, principal espaço da programação paralela da Flip, se formou uma fila bem mais extensa do que a sala permitia acomodar.

Com isso, a Tenda do Telão, que retransmite ao vivo os encontros da festa, também ficou lotada.

Os cerca de 50 presentes à sala riram com as recordações que o baiano apresentou de seu "compadre" - que, segundo lembrou, tinha um "medo terrível" de sua mulher, a também escritora Zélia Gattai (1916-2008).

"Ele criava nos livros mulheres poderosas, era assim que ele pensava. Ele mostrava os meandros, as artimanhas que as mulheres usavam para contornar a situação e mostrar quem estava no comando."

Para João Ubaldo, Amado provavelmente não comentaria a versão atual de "Gabriela" na TV -ao menos não publicamente.

Já Carrasco argumentou que, na produção televisiva, preserva o universo do escritor e as relações de poder que ele retratou. "A novela vai levar Jorge Amado para pessoas que nunca ouviram falar dele."