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Quadrilha sequestra família de vigilante para atacar carro-forte

Grupo ainda amarrou falsa bomba na perna do rapaz para obrigá-lo a cooperar na ação em rodovia

Criminosos usaram dois caminhões para bloquear o veículo, mas fugiram sem conseguir levar o dinheiro

Rafa Von Zuben/Futura Press
Policiais desarmam suposta bomba amarrada à perna de um segurança de carro-forte
Policiais desarmam suposta bomba amarrada à perna de um segurança de carro-forte

REYNALDO TUROLLO JR.
DE SÃO PAULO

Uma quadrilha sequestrou uma família, amarrou uma bomba falsa à perna de um vigilante, obrigou-o a render seus colegas e incendiou um caminhão. Tudo isso para tentar assaltar um carro-forte na região de Campinas, ontem, e sair sem levar nada.

Os criminosos fugiram irritados porque a porta do carro-forte se fechou -após já ter sido aberta- e não pôde ser reaberta pelo lado de fora.

Segundo a polícia, um vigilante da empresa de transporte de valores foi rendido na noite de anteontem e levado para casa. Lá, o grupo fez refém sua mulher e seu filho, uma criança. Amarrou na canela do rapaz uma suposta bomba e lhe disse o que tinha de fazer na manhã seguinte.

O carro-forte tomou a estrada às 8h45. Como ordenou a quadrilha, o homem foi trabalhar normalmente, sem dizer aos colegas o que ocorria.

Conforme relatado à polícia, o vigilante pediu aos colegas que abrissem o cofre. Pegou então uma arma de trabalho e jogou no colo de um colega fotos que mostravam uma mulher sequestrada.

Rendeu os três seguranças com a espingarda e pediu ao motorista para seguir um caminhão que estava à frente.

Esse veículo e outro que vinha atrás bloquearam o carro-forte quando ele saía da via Anhanguera, em Valinhos. O caminhão que seguia à frente foi incendiado durante a ação.

O vigilante pediu aos outros que saíssem e se deitassem no chão. Os bandidos foram até o veículo, mas a porta se fechou -ela só pode ser aberta por dentro. O grupo tentou abri-la a tiros. Os estilhaços feriram três vigilantes levemente.

Irritado, o grupo fugiu sem levar nada. Ninguém foi preso.

O vigia teve de esperar uma equipe antibomba remover o artefato de sua perna. Nervoso, recebeu oxigênio. O material foi detonado por precaução -não era uma bomba.

Sedado, o homem foi levado ao hospital Dr. Mário Gatti, de onde saiu, às 15h, ainda bastante abatido, para depor.

A polícia não informou quanto dinheiro o carro-forte transportava. A reportagem não conseguiu contato com a Transbank, dona do veículo.

Com medo, o vigilante pediu à polícia para não ter seu nome divulgado. Sua família foi resgatada em segurança.

Uma semana atrás, houve um caso similar em Pirituba (zona norte). O assalto falhou e o segurança teve atada à perna uma bomba -verdadeira. Neste ano, dez carros-fortes foram atacados no Estado e um vigilante foi morto, diz o SindForte (sindicato dos trabalhadores de carro-forte).

Colaborou DANIEL CARVALHO

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