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Policiais da Rota matam mais 3 em favela na zona leste

Em apenas seis dias, o chamado grupo especial da PM paulista matou sete homens na região de Sapopemba

Comando-Geral da PM afirmou lamentar mortes; 'contudo, reafirma que a opção é sempre do criminoso'

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

Policiais da Rota, espécie de grupo especial da PM paulista, mataram três homens, na tarde de ontem, num barraco na favela da Vila Maranhão, região de Sapopemba (zona leste de São Paulo).

Segundo a Rota, os três reagiram à prisão e houve confronto. Nenhum PM se feriu.

Com o caso, subiu para sete o número de mortos em confrontos com a Rota na região, entre domingo e ontem.

Os três mortos, segundo a versão da Rota à Corregedoria da PM e à Polícia Civil, reagiram quando os PMs invadiram o local. Ainda segundo a Rota, o barraco era usado para o tráfico de drogas.

Drogas e armas foram apresentadas pela Rota como usadas pelos mortos -todos com passagem pela polícia.

Parentes e vizinhos das vítimas afirmaram à Folha que os três mortos dormiam quando a Rota invadiu o lugar e que não aconteceu tiroteio.

A Corregedoria da PM e policiais civis do DHPP (departamento de homicídios) também receberam a informação de moradores de que policiais da Rota estiveram no barraco há uma semana.

OUTRAS MORTES

No começo da semana (domingo e segunda-feira), quatro homens foram mortos em duas ações da Rota, também em Sapopemba.

A versão dos PMs para as quatro mortes à Polícia Civil é a mesma: os homens receberam ordem para parar os carros em que estavam, tentaram fugir, foram perseguidos e atiraram contra os policiais. Em todos os casos, os PMs da Rota não se feriram.

Anteontem, a Folha revelou que as mortes cometidas por policiais da Rota subiram 45% entre os meses de janeiro e maio deste ano (45 mortos), quando comparadas com o mesmo período de 2011 (31). Em comparação com o mesmo período de 2010 (quando foram registradas 22 mortes), a alta é maior: 104,5%.

OPÇÃO DO CRIMINOSO

Ontem, o Comando-Geral da PM, por meio de nota oficial, afirmou que ao "se comparar os mortos em confronto com as prisões efetuadas durante resistências, chega-se à conclusão que a taxa de letalidade da Rota tem caído."

"Ou seja, se houve aumento de mortes em resistências, isso se deveu ao aumento de operações em que houve confronto provocado pela reação de criminosos", diz a nota.

"Neste ano, de janeiro a junho, a Rota prendeu 17 criminosos para cada criminoso que optou por enfrentar a polícia e faleceu, enquanto que em 2011 a relação foi de 15 criminosos presos para cada um que veio a falecer em função da opção do confronto armado", continua a nota.

"A PM lamenta todos casos com morte. Contudo, reafirma que esta opção é sempre do criminoso", finaliza a PM.

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