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Com dois encontros, Casa Folha tem tarde politizada

Colunistas João Pereira Coutinho e Vladimir Safatle expuseram ao público ideias sobre a direita e a esquerda

DO ENVIADO ESPECIAL A PARATY (RJ)

Em debates ontem à tarde na Casa Folha, em Paraty, o jornalista João Pereira Coutinho e o filósofo Vladimir Safatle dividiram com o público as ideias antagônicas sobre política expostas em livros do selo Três Estrelas.

Alinhado ao pensamento conservador, Coutinho é autor, com Luiz Felipe Pondé e Denis Rosenfield, de "Por Que Virei à Direita". Safatle, que defende uma renovação do ideário marxista, escreveu "A Esquerda que Não Teme Dizer Seu Nome". Os colunistas da Folha autografaram os livros após suas falas.

O primeiro a falar foi Coutinho, que explicou ter optado pela direita, entre outras razões, pela recusa de que o Estado tenha "posição de 'baby-sitter'" dos cidadãos.

O colunista classificou de "falsa discussão" a dicotomia entre esquerda e direita. "A distinção é entre democratas e antiautoritários e antidemocratas e autoritários."

Um presente o questionou a respeito de sua posição no debate sobre a regulamentação dos órgãos de imprensa "num país onde a mídia é comandada por sete famílias".

O colunista disse que "o pior que pode acontecer numa sociedade é a ideia de que têm que existir vários jornais".

Safatle falou em seguida. Refutou que a esquerda tenha ficado obsoleta após a queda do Muro de Berlim e disse que os esquerdistas são mais autocríticos que os liberais.

Criticou o regime cubano ("uma catástrofe") e o governo da Venezuela ("não tem nada a ver com uma democracia de esquerda").

Questionado sobre o mensalão, disse que o modelo que gerou o maior escândalo do governo Lula é "algo que vimos no país desde 86".

Definiu como um "equívoco" a aliança do PT com Maluf em São Paulo e afirmou que esse tipo de coalizão começou no governo FHC. "Meus primeiros votos foram para o PSDB. Só não votei em FHC por causa da aliança com o PFL [atual DEM]".

Quando o mediador, o editor da "Ilustríssima", Paulo Werneck, anunciou o fim do debate, um espectador protestou aos gritos porque o público não fizera perguntas.

O tempo então foi estendido, e a plateia apresentou suas questões.

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