A cada dois dias, uma criança é internada por envenenamento

A cada dois dias uma criança entre um e quatro anos é internada em São Paulo vítima de algum tipo de envenenamento ou intoxicação.

Das 199 crianças internadas em 2011, 58% eram do sexo masculino. No total, no ano passado, os hospitais do Estado de São Paulo internaram 951 pessoas pelo mesmo motivo. E 29 morreram.

Em 2010, 1.132 pessoas foram internadas, de acordo com os números da secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, e 26 morreram.

Entram na conta qualquer tipo de acidente, doméstico ou de trabalho, que envolva a ingestão ou inalação de líquidos ou gases tóxicos.

Algumas medidas preventivas podem ser tomadas para diminuir o problema, afirma Maria Lúcia Moura Campos, professora do Departamento de Química da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto.

A especialista cita exemplos adotados em outros países, como a Inglaterra.

"Nas farmácias é vendida exatamente a quantidade de medicamento receitado pelo médico. Isso evita sobras e, consequentemente, o armazenamento desnecessário de remédios. Assim, as crianças não têm chances de ingerir algo indevido e perigoso."

Outra medida importante, diz a pesquisadora, é o cuidado que os fabricantes devem ter na fabricação dos frascos de remédios.

"Na Inglaterra, os medicamentos possuem travas, dificultando a abertura com facilidade", lembra.

A professora orienta ainda a não acondicionar substâncias nocivas em embalagens de refrigerantes. "Isso é perigoso porque pode confundir as crianças, que podem ingerir algum líquido tóxico."

Ao perceber a ingestão de qualquer elemento prejudicial à saúde, a assistência médica deve ser procurada imediatamente. "Você vê o perigo pelo número de mortes nos últimos anos", afirmou.