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Prédio em obra vira garagem irregular Exploração se torna prática comum em São Paulo, mas parte desses locais funciona ilegalmente e sem segurança Postos desativados também têm sido usados como estacionamentos; prefeitura não diz se essa prática é ilegal
DE SÃO PAULO Assim que as estruturas das garagens são concluídas, prédios em construção na cidade de São Paulo viram estacionamentos improvisados -alguns deles, irregulares. A Folha apurou que o novo modelo de estacionamento rotativo já é comum na cidade. Só uma empresa de seguros afirma ter apólices contratadas para mais de 50 estabelecimentos desse tipo. A prefeitura diz autorizar esse tipo do operação desde que a construtora obtenha o certificado de conclusão parcial da obra e que a garagem tenha entrada independente. Mas especialistas veem riscos e consideram perigoso misturar edifício em obras e garagem em operação. Os riscos aumentam quando o estacionamento é irregular, já que não é submetido a avaliações de segurança. Dois dos quatro casos apontados pela reportagem para a prefeitura não tinham os documentos necessários para operar: o certificado de conclusão parcial de obra e o auto de funcionamento. A prática é comum em regiões de trânsito pesado, como centro, avenida Paulista, Itaim Bibi e Vila Olímpia. No bairro da Liberdade (centro), um edifício está só com as estruturas prontas, mas a empresa Trevo já explora dois andares de estacionamento a R$ 5 por hora. Ali, nem a condição mínima de segurança exigida foi cumprida: entrada separada para o estacionamento. A Trevo toca outro estacionamento em prédio inacabado, este irregular, na Vila Olímpia (zona oeste). Foi multada em R$ 4.000 após a reportagem ter contatado a prefeitura. Se não obtiver autorização, pode ser fechado. Outro estacionamento que estava irregular é o de uma franqueada da empresa Estapar no Itaim Bibi (zona oeste), em uma obra da construtora Zabo. Após ser multado em R$ 4.000, foi fechado por iniciativa da franqueada. Segundo Paulo Bosisio, sócio-diretor da FBB (seguradora considerada líder no mercado de estacionamentos), a exploração de garagens em prédios em obras começou a surgir há cerca de cinco anos e é cada vez mais comum. Na av. Paulista, ao lado do Masp, um edifício alugava vagas para carros da região seis meses antes de ficar pronto. A Estapar, segundo funcionário de sua área comercial, explora garagens de diversas obras no Itaim Bibi. A declaração foi obtida quando a reportagem se passou por construtora interessada em contratar serviços da empresa. Ao ser questionada mais tarde sobre a informação, a Estapar disse não ter, assim como suas franqueadas, nenhum outro estacionamento em prédios em obras. Postos de combustíveis desativados também têm sido transformados em estacionamentos. A Folha questionou a prefeitura sobre a legalidade desses empreendimentos, mas não obteve resposta. Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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