Prefeitura decide hoje se cassa o alvará do shopping Pátio Paulista

A Prefeitura de São Paulo decide hoje se o alvará de funcionamento do shopping Pátio Paulista será cassado ou não. O empreendimento entregou, na sexta-feira, os documentos solicitados no processo de cassação da licença.

Fiscais da Subprefeitura da Sé identificaram que os dois estacionamentos que atendem aos clientes do shopping não têm licença de funcionamento. Por isso, foi aberto um processo de cassação da licença do empreendimento.

Outra irregularidade é que, segundo a prefeitura, um lava-rápido ocupa o lugar que deveria ser de vagas de estacionamento para os clientes.

A reportagem constatou, na semana passada, que o shopping repintou o estacionamento com nova marcação. Locais onde carros paravam irregularmente -próximos a pilastras e ao lado de muros- agora são vagas demarcadas.

O lava-rápido, porém, continua no mesmo local. Segundo os fiscais, além de estar instalado em local irregular, ele funciona sem alvará.

O shopping não se pronunciou sobre as irregularidades.

ACUSAÇÕES

Na semana passada, a prefeitura cassou o alvará do shopping Pátio Higienópolis também por falta de licença dos estacionamentos.

Os dois empreendimentos têm como sócia a BGE, empresa do grupo Brookfield que administra shoppings.

A Folha revelou, no mês passado, que uma ex-diretora da BGE acusa a empresa de ter pago propina para obter alvarás da prefeitura para os shoppings do grupo.

Ela cita, além do Paulista e do Higienópolis, os shoppings Raposo, Vila Olímpia e West Plaza. Outros três ex-executivos do grupo também prestaram depoimento ao Ministério Público e confirmaram as acusações.

A BGE diz desconhecer o pagamento de propina.

Após a revelação da Folha, a prefeitura iniciou uma blitz e já identificou que 22 dos 53 shoppings da cidade funcionam sem alvará. Outro que pode ser fechado neste mês é o Mooca Plaza, inaugurado, sem alvará, em novembro.

Na semana passada, foram interditados os shoppings Capital, na Mooca, por falta de licença e construção acima do permitido, e o Galeria Boa, na região da rua 25 de Março, por falta de alvará e venda de produtos piratas.