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Queda de helicóptero ao lado de estação de trem mata 2 na Lapa

Aluno e instrutor de voo morreram na hora; aeronave já havia caído em acidente perto do Campo de Marte em 2010

Empresa afirma que manutenção estava em dia; causas ainda são investigadas pela polícia e Aeronáutica

Vagner Campos/Brazil Photo Press/Folhapress
Bombeiro retira cauda de helicóptero do telhado de galpão na Lapa, na zona oeste de SP
Bombeiro retira cauda de helicóptero do telhado de galpão na Lapa, na zona oeste de SP

DE SÃO PAULO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um helicóptero caiu por volta das 10h20 de ontem a 130 metros da estação de trem Água Branca, na Lapa, zona oeste de São Paulo. A aeronave se partiu em duas sobre um galpão industrial.

Duas pessoas que estavam a bordo do helicóptero morreram: o aluno Denis Thomazi, 32, e o instrutor Maílson Rocha Lopes, 23. Eles faziam um voo de instrução.

A área onde o helicóptero da escola de aviação Go Air caiu, na rua Guaicurus, é repleta de casas e lojas.

Segundo os bombeiros, a aeronave se partiu na queda; a cauda ficou no telhado e a cabine caiu dentro do galpão.

QUINTO ACIDENTE

Foi o quinto acidente com helicópteros da Go Air em menos de dois anos, o primeiro com mortes. Um deles, em novembro de 2010, foi com o mesmo helicóptero de ontem, um R22 prefixo PT-HOL.

Na ocasião, a aeronave estava a 300 m de altura quando tombou de lado, perto do Campo de Marte, onde fica o hangar da escola de aviação. Os dois ocupantes ficaram feridos. Nos demais acidentes (dois em julho de 2011 e um em maio deste ano), não houve feridos. Todas as ocorrências foram com modelos R22.

A Go Air disse, por meio da assessoria de imprensa, que o índice é alto porque a empresa tem frota grande (quatro helicópteros) e voa muito.

"Há uma proporcionalidade", informou a empresa, para a qual o acidente de ontem foi uma "fatalidade".

A empresa disse que a aeronave que caiu ontem estava com a manutenção em dia e que, após o acidente de 2010, foi inspecionada em oficina credenciada pela Agência Nacional de Aviação Civil.

O helicóptero, a empresa e as licenças dos pilotos estavam em dia, segundo a agência, que irá auditar a Go Air em busca de possíveis falhas ligadas ao acidente.

O Cenipa, órgão ligado à Aeronáutica responsável por investigar acidentes aéreos, também apura o caso.

A polícia abriu inquérito para apurar as causas do acidente. Uma das possibilidades é falha mecânica.

"MEU DEUS"

Com o acidente, as pessoas no entorno do galpão se assustaram. A rua ficou cheia de curiosos, jornalistas e carros dos bombeiros.

O empresário Sérgio Souza estava em frente à sua loja no momento da queda. "Eu vi o helicóptero perdendo altitude, fazendo um barulho estranho e bem forte. Só coloquei a mão na cabeça e gritei 'meu Deus'", disse.

A Abraphe (Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero) lamentou o acidente e o classificou como "uma fatalidade". Os dois pilotos eram associados à entidade.

(MARINA GAMA, LILO BARROS, ANDRÉ MONTEIRO E FERNANDA NEVES)

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