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PF identifica 152 pessoas em fraudes nas provas da OAB

Segundo a Polícia Federal, suspeitos compraram respostas por até R$ 50 mil

Ordem dos Advogados do Brasil afirma que pode punir candidatos aprovados por meio de fraude em exames

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Polícia Federal vai indiciar 152 pessoas acusadas de fraudar três exames da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em 2009 e 2010.

Os candidatos, de São Paulo e Santos, compraram as respostas das provas por até R$ 50 mil, segundo a polícia.

Investigações da PF apontam que 19 pessoas fraudaram a prova em maio de 2009, 76 em setembro do mesmo ano e 57 em janeiro de 2010.

A OAB diz que abrirá processo ético e disciplinar para analisar "o grau de envolvimento e participação de cada um dos suspeitos".

Os candidatos identificados pela PF estarão sujeitos a sanções, que variam de advertência a exclusão da Ordem. Todos serão indiciados sob suspeita de fraude à concorrência e receptação.

Outras 1.076 pessoas colaram nas provas, segundo a PF. A OAB terá acesso ao inquérito, que está em sigilo, para decidir o que fazer.

ESQUEMA

A investigação da PF aponta que dois policiais rodoviários federais abriam os malotes, fotografavam as questões e vendiam o material para a quadrilha por R$ 100 mil. O bando então pagava professores para responderem às questões.

O esquema, segundo a PF, começava dois dias antes da prova. Os cadernos de questões eram guardados nas dependências da Polícia Rodoviária Federal.

Dez acusados de participar da quadrilha especializada em fraudar provas e três colaboradores dos criminosos foram presos.

Segundo a polícia, a quadrilha fraudou também concursos da PF, da Receita Federal, da Agência Brasileira de Inteligência e da Agência Nacional de Aviação Civil.

Eles cobravam até R$ 305 mil para os candidatos terem acesso às respostas.

De acordo com o delegado da Polícia Federal Victor Ferreira, responsável pela investigação, o inquérito segue em segredo de Justiça, mas a OAB terá acesso aos dados para poder decidir quais providências vai adotar em relação aos candidatos que colaram e, se aprovados, se se tornaram advogados.

Em 2010, uma suspeita de vazamento do gabarito fez com que a OAB anulasse a segunda fase do exame nacional. A tentativa de fraude ocorreu em Osasco (na Grande São Paulo), onde um candidato foi flagrado com as respostas de cinco questões da prova, antes mesmo da distribuição dos formulários do exame.

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