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Na cidade, ninguém sabe explicar crimes

Amigos e parentes de pessoas assassinadas em Osasco dizem que foi tudo de repente e, aparentemente, sem motivo

'Isso foi por pura maldade, ele era um rapaz direito', desabafa irmã de rapaz morto no Jardim Munhoz Júnior

DE SÃO PAULO
DO “AGORA”

Parentes do funcionário público Marcelo Lúcio Gaspar Longarini, 41, acreditam que ele foi morto por engano. Familiares de outras vítimas também não encontram explicação para o que ocorreu.

Longarini estava voltando para casa, após o jogo do Palmeiras, quando levou três tiros, um deles nas costas, no Jardim Munhoz Júnior.

"Ele era corintiano e deve ter saído para assistir ao jogo do Palmeiras em um lugar que tivesse uma TV grande. Ele não deve ter se metido em confusão", disse um amigo.

Longarini trabalhava na USP. Anos atrás, chegou a ser detido por direção perigosa, mas não ficou preso.

Conforme testemunhas, um homem numa moto passou na rua Palmital disparando perto de um bar. Ele acabou atingindo Longarini e outras duas pessoas.

Longarini foi socorrido, mas não resistiu. O desempregado Edilson Silvestre da Silva, 35, também morreu. A terceira vítima sobreviveu.

Os familiares do palmeirense Daniel Pereira Medrado, 23, estavam inconformados com a sua morte, também no Jardim Munhoz Júnior.

"Ele tinha acabado de sair de casa, onde estávamos vendo o jogo. Isso foi por pura maldade. Ele era um rapaz direito", disse a irmã Daiana Pereira. Ela diz que o irmão trabalhava como ajudante, não bebia nem usava drogas.

CORPOS NA CALÇADA

Na rua Cuiabá, no Jardim Rochdalle, morreram Jailton Rodrigues da Silva, 29, e Robson Cardoso de Godoy, 22. Os corpos foram encontrados na calçada, ambos com tiros na cabeça. Um jovem também foi baleado nessa rua, mas não corre risco de morrer.

Comerciantes e moradores da rua Jade, no Jardim Mutinga, temem dar entrevistas.

Nessa rua morreu Adriano Barbosa da Silva Sousa, 25, atingido por 12 tiros.

"Agora dizem que tem bocas de fumo na nossa rua. Parece que somos traficantes. A rua estava quieta e, de repente, ouvimos um monte de tiros", disse um comerciante.

Em outro caso, no Jardim Canaã, um motoqueiro se aproximou do bar em que estava o servente de obras Denis dos Santos, 34, e atirou.

O dono do bar fechou a porta. Mesmo assim, Santos foi atingido. Ele morreu. Para a polícia, Denis tinha ligação com criminosos.

"Perdi um pedaço de mim", afirmou ontem o gráfico Luiz Carlos dos Santos, 60, pai da vítima.

(AFONSO BENITES, ANDRÉ CARAMANTE E TATIANA SANTIAGO)

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