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Bate-boca entre desembargadora e policiais trava blitz na Paulista

PMs dizem que foram hostilizados por juíza e a filha dela; elas afirmam que foram agredidas

Confusão ocorreu depois que advogada se recusou a soprar bafômetro e impediu que PM revistasse carro

GIBA BERGAMIM JR.
DE SÃO PAULO

De um lado, policiais militares com um bafômetro. De outro, uma desembargadora com as credenciais do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) e a filha dela, uma advogada. Todos se envolveram em um bate-boca que interrompeu uma blitz da lei seca em plena avenida Paulista, no fim da noite de ontem.

Enquanto PMs dizem que foram hostilizados e agredidos pelas duas, elas afirmam que os policiais é que foram truculentos e as empurraram.

A confusão acabou em boletim de ocorrência no 78º DP (Jardins) por desacato e suspeita de embriaguez ao volante registrado por dois soldados e uma denúncia por suposto abuso de autoridade contra os PMs na Corregedoria da corporação.

A advogada Roberta Sanches de Castro, 39, dirigia seu carro na volta de um show quando foi parada na blitz, em frente ao prédio da Gazeta. A mãe dela, a desembargadora Iara Ramires da Silva de Castro, 63, estava no banco do passageiro. Atrás, uma tia e uma prima da advogada.

À Folha Roberta disse que, antes de averiguar se ela havia bebido, os PMs pediram para revistar o carro. Mãe e filha não permitiram, alegando não haver nenhuma suspeita ou mandado judicial.

Na sequência, os PMs pediram que Roberta soprasse o bafômetro, mas ela se negou. Segundo os policiais, a advogada estava visivelmente embriagada e agressiva logo ao descer do veículo.

Os soldados -identificados como Cláudia e Duarte- afirmaram que Roberta criticou a blitz, dizendo que a operação "era uma palhaçada". Eles relataram que a magistrada dizia ser "a maior desembargadora do país".

Após isso, o bate-boca se iniciou e, segundo o PM Duarte, mãe e filha o agrediram, com tapas no peito, além de mandar que ele e seus colegas calassem a boca.

A versão de mãe e filha diz que as agressões e gritos de "cala a boca" partiram, na verdade, de dois PMs -o soldado Duarte e um major que comandava a blitz. Segundo Roberta, cansada de esperar a verificação dos documentos do carro, Iara pediu que os PMs fossem rápidos.

"O soldado gritou com ela, mandando que ela entrasse no carro. Depois, a empurrou. Nessa hora, voei para cima dele, mas não cheguei a agredi-lo." A advogada disse que, somente após os gritos do PM, a mãe se identificou como desembargadora. Roberta, que fez exame de sangue no IML, diz que não bebe.

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