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Polícia indicia executivo de empresa sócia de shoppings

Presidente de fundo da BGE é suspeito de corrupção e formação de quadrilha

Grupo é acusado de pagamento de propina para obter alvarás de obras em centros de compras de São Paulo

EVANDRO SPINELLI
ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO

Bayard Lucas de Lima, executivo da Brookfield Brasil, foi indiciado ontem pela Polícia Civil de São Paulo por suspeita de corrupção ativa e formação de quadrilha.

Ele é o presidente do fundo gestor da BGE, empresa do grupo Brookfield que administra shoppings.

A BGE é acusada por ex-executivos da empresa de ter pago propina para funcionários da Prefeitura de São Paulo para obter alvarás de obras para seus shoppings.

A partir das acusações de Daniela Gonzalez, ex-diretora financeira da empresa, a Promotoria e a polícia começaram a investigar o grupo.

Sete pessoas já prestaram depoimento confirmando o que Daniela falou à Folha: a BGE pagou propinas a Hussain Aref Saab, ex-diretor do setor que aprova prédios de médio e grande portes, e ao vereador Aurélio Miguel (PR).

Em depoimento na Delegacia de Crimes contra a Administração, ontem à tarde, Lima negou as acusações e acusou a ex-diretora de ter desviado dinheiro da empresa.

Ele afirmou que a maioria dos que acusam a empresa trabalhava com Daniela.

Os promotores que acompanharam o depoimento, no entanto, não acreditaram na sua versão. Para eles, além de sete pessoas terem confirmado o pagamento de propina, uma das testemunhas -que dá ainda mais detalhes que a ex-diretora financeira e envolve outros servidores- não trabalhava com Daniela.

Após ser ouvido, Lima foi informado de seu indiciamento. Significa que ele agora é oficialmente investigado pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha.

SHOPPINGS

A revelação das acusações de Daniela Gonzalez pela Folha em 14 de junho deu início a uma blitz da prefeitura em shoppings da cidade.

Os shoppings Pátio Higienópolis e Pátio Paulista -ambos têm a BGE como sócia- tiveram seus alvarás cassados e podem ser lacrados até o fim deste mês.

Segundo Daniela, em depoimento confirmado por outros ex-executivos, a BGE teria pago propinas para obter benefícios da prefeitura para os dois empreendimentos.

Hoje termina o prazo para o shopping Higienópolis regularizar a situação do estacionamento principal do prédio e de outras garagens de apoio que não têm alvará.

O empreendimento será multado em R$ 1,5 milhão na segunda-feira e notificado a fechar em até dez dias.

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