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Tráfico ataca para desviar foco, diz Alckmin

Governador atribui onda de violência a traficantes e diz que 36 acusados de envolvimento em atentados foram presos

"A polícia vai continuar prendendo esses assassinos. O governo não vai retroagir um milímetro", disse

Eduardo Anizelli/Folhapress
Policiais perto de carro usado por bandidos que atiraram contra base da PM na região de Parelheiros, zona sul paulistana
Policiais perto de carro usado por bandidos que atiraram contra base da PM na região de Parelheiros, zona sul paulistana

DE RIBEIRÃO PRETO
DE SÃO PAULO

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), atribuiu ao tráfico de drogas a onda de violência desencadeada no Estado, que inclui ataques contra bases da PM e a policiais militares.

Segundo ele, o crime organizado age dessa forma para "desviar a atenção", procurando "aliviar a pressão que o Estado faz contra o tráfico de drogas". O tráfico em São Paulo hoje é dominado pelo grupo criminoso PCC (Primeiro Comando da Capital).

O governador afirmou que 36 pessoas já foram presas desde o último dia 22 -acusadas de participação na morte de policiais militares e em atentados.

"E vamos prender mais criminosos", completou Alckmin em Jaboticabal (a 342 km de São Paulo). Ele esteve na região de Ribeirão Preto para entregar casas populares.

"A polícia vai continuar prendendo esses assassinos. O governo não vai retroagir um milímetro", disse.

INVESTIGAÇÕES

As mortes ocorridas ontem serão investigadas pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), que desde fevereiro de 2011, já investiga os casos de "resistência seguida de morte" envolvendo policiais militares.

Ontem, no entanto, Alckmin disse que também as oito mortes registradas na quinta-feira em Osasco, serão apuradas pelo DHPP.

A investigação natural seria do delegado seccional de Osasco, Mauro Guimarães Soares, que admitiu também investigar a possível participação de PMs e ex-PMs.

"Não descartamos nenhuma hipótese, mas alguns foram mortos em pontos de tráfico. Parece estar tudo relacionado a isso", disse Alckmin.

A Folha questionou a Secretaria da Segurança Pública sobre a mudança no comando das investigações sobre os assassinatos em Osasco, mas não houve resposta.

A reportagem solicitou entrevista com o chefe do DHPP, delegado Jorge Carrasco, sobre as mortes em Osasco e as outras oito de ontem, mas o pedido não foi atendido.

A assessoria da Secretaria da Segurança Pública limitou-se a informar que todas as oito mortes de suspeitos por PMs entre a noite de quinta-feira e a madrugada de ontem estão sob investigação.

TRÁFICO

O governador afirmou ainda que o Estado vai agir em todas as frentes de combate ao tráfico de entorpecentes: "Inclusive nas pontas, nas chamadas biqueiras [referindo-se a pontos de tráfico]".

(JOÃO ALBERTO PEDRINI E ANDRÉ CARAMANTE)

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