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Governo Dilma oferece reajuste de até 40% para professores em 3 anos

Com outro concedido em março, valor máximo chega a 45%; impacto nos cofres públicos é de R$ 3,9 bi

Em greve há 2 meses, docentes reconhecem avanços, mas dizem que proposta não abrange as reivindicações

FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA

Professores de universidades federais, em greve há quase dois meses, receberam ontem proposta da gestão Dilma de um reajuste salarial entre 12% e 40%. Somado a aumento já concedido em março, o reajuste máximo chega a 45%.

A oferta inclui os docentes de institutos federais. Ao todo, abrangerá 143 mil servidores, entre ativos e inativos.

O aumento, diz o Ministério do Planejamento, será dado ao longo de três anos e terá impacto de R$ 3,9 bilhões nos cofres públicos -o orçamento do Ministério da Educação, em 2012, é de R$ 85 bilhões.

Apesar de reconhecer avanços, sindicatos dos docentes também apontaram falhas na proposta e não deram prazo para o fim da greve.

"Do jeito que está, não contempla nossas reivindicações, que é uma carreira atrativa para todos os níveis. Vamos encaminhar a proposta às bases para avaliação", disse Marinalva Oliveira, presidente do Andes, o sindicato nacional.

Os maiores reajustes serão concedidos a docentes com maior titulação. Doutores, por exemplo, terão de 30% a 40%. Já os professores com título de mestre, de 25% a 27%.

"Para o governo, essa proposta vai além do que vinha sendo colocado na mesa de negociação e representa o compromisso da nossa presidenta com a educação", disse a ministra Miriam Belchior (Planejamento), em entrevista coletiva. Uma nova reunião entre governo e entidades está agendada ainda neste mês.

O governo enfrenta uma onda de greves e paralisações de servidores. Os professores, vinculados ao MEC, foram os primeiros a receber uma proposta concreta. A pasta era comandada, até janeiro, pelo petista Fernando Haddad, candidato à Prefeitura de São Paulo nas eleições deste ano.

Sobre a proposta ter ocorrido após dois meses de paralisação, o governo diz que a greve foi precipitada, já que tem até agosto para concluir a proposta do orçamento de 2013.

Outra mudança proposta pelo governo foi a redução das etapas para se atingir o topo da carreira, uma das demandas dos docentes. Os atuais 17 degraus passarão a 13.

O ministro Aloizio Mercadante (Educação) reconheceu, porém, que não há previsão para as demandas de técnicos administrativos de universidades e institutos federais, em greve há um mês.

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