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Carlos Couto Carvalho (1929-2012)

Alfaiate com 50 anos de Pinheiros

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

As coisas não andaram bem para os pais de Carlos Couto Carvalho no interior paulista, e a família por isso decidiu se mudar para a capital. Carlos nasceu em Olímpia (SP), cresceu em São José do Rio Preto e veio para São Paulo por volta dos 19 anos.

Seu pai tinha fazendas no interior e, uma vez na capital, passou a trabalhar como zelador. A mãe era dona de casa.

Quando chegou, Carlos já sabia costurar. Acabaria ficando conhecido, segundo conta a filha Vera, como Carlos Alfaiate, nome de seus ateliês.

Por quase 50 anos, trabalhou em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. Atendeu na Cardeal Arcoverde, Teodoro Sampaio e, por fim, na rua Deputado Lacerda Franco.

De acordo com a família, Carlos era de cortar, enquanto seus costureiros montavam as peças. Para seus ternos, feitos artesanalmente sob medida, tinha clientes fieis, muitos advogados e médicos.

Um dia, enquanto esperava o ônibus num ponto da Santa Ifigênia para voltar para casa, conheceu Elza, dona de casa com quem se casou e teve duas filhas. Ambos eram moradores de Santana, na zona norte de São Paulo.

Aposentou-se aos 70. A filha lembra que o pai ainda chegou a trabalhar num ateliê de um empresário no Itaim, antes de parar de vez. Em casa, sentia-se frustrado por estar afastado da profissão.

Era bem-humorado e piadista, segundo a família. Corintiano roxo, não chegou a ver o título da Libertadores. Só soube da conquista depois.

Havia sofrido um infarto. Viúvo desde 2006, morreu na quinta-feira (12), aos 83 anos, em decorrência de uma pneumonia. Teve dois netos.

coluna.obituario@uol.com.br

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