Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Kassab amplia vagas, mas há ainda 145 mil crianças na fila da creche

Apesar do aumento das matrículas, deficit cresceu 64% na atual gestão, segundo dados da prefeitura

Para cumprir sua promessa de zerar a espera, prefeito teria de abrir 789 vagas por dia até fim do ano

DO “AGORA”

A fila da creche cresceu 64% na gestão Gilberto Kassab (PSD). Passou de 88.218 crianças, em junho de 2007, para 145.221, no mês passado, segundo a Secretaria Municipal da Educação. O número de matrículas também aumentou: 164%. De 78.474 para 207.605, no mesmo período.

A criação de vagas, porém, não foi suficiente para que o prefeito cumprisse uma de suas principais promessas: zerar a fila da creche.

Kassab assumiu a prefeitura em 2006, mas o número de crianças à espera de vagas só começou a ser divulgado no ano seguinte. Os dados de junho deste ano devem ser os últimos antes das eleições, já que o próximo levantamento será informado em outubro.

Apenas de março e junho deste ano, a fila da creche ganhou 21.661 nomes -em março, era de 123.560 crianças. O número indica que a cada dia do último trimestre, 238 entraram na fila. O ritmo de matrículas no período, porém, foi bem menor: 45 por dia.

O aumento de crianças à espera de vaga foi de 17% em relação ao trimestre passado. Já em relação ao mesmo período do ano passado, houve leve queda, de 1,2%.

O número atualizado representa a quarta maior fila desde que a procura por vagas passou a ser divulgada trimestralmente pela pasta. Para conseguir zerar a fila, a prefeitura teria de criar 789 vagas por dia até o final do ano.

Distritos no extremo da zona sul continuam a liderar o ranking da fila. Sete dos dez com as maiores filas estão na região sul. O campeão, outra vez, é o Grajaú, com 7.667 crianças em espera.

JUSTIÇA

Logo após nascer, Raphaella de Fátima França da Paixão já foi inscrita pela mãe na fila da creche no Grajaú. Hoje, um ano e oito meses depois, a menina ainda espera atendimento. Já a mãe não pôde voltar ao trabalho após a gravidez por não ter com quem deixar a criança.

"Já fui na diretoria de ensino, no Conselho Tutelar e nada", diz Andréa França, 36, a mãe. Ela diz que sua última esperança é entrar na Justiça.

"Mesmo assim acho difícil. O pior é que às vezes vou à creche e vejo que a fila andou para trás. Teve uma vez que a Raphaella tinha caído duas posições."

(FABIANA CAMBRICOLI)

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.