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Ed Lincoln (1932-2012)

Pioneiro da bossa e rei do baile

DE SÃO PAULO

Poucos artistas da música popular brasileira tiveram a capacidade de se reinventar tanto, na seara do instrumental, quanto Ed Lincoln.

O compositor, arranjador e instrumentista tinha 80 anos e morreu no fim da tarde de anteontem, por insuficiência respiratória. O corpo foi velado e enterrado ontem, no cemitério São João Batista, em Botafogo, no Rio.

Um dos precursores da bossa nova, nos anos 1950, ele começou no contrabaixo, na boate do hotel Plaza, com Johnny Alf.

Depois, passou a tocar piano e, mais tarde, também foi um dos pioneiros do "sambalanço" e do samba-rock, tocando órgão.

Exigente e especialista em variações de dinâmicas e de timbres, ao lado de seu conjunto -pelo qual passaram nomes como Wilson das Neves, Bebeto Castilho (ex-Tamba Trio) e Durval Ferreira-, passou a ser classificado como "o rei dos bailes".

Lincoln serviu de referência e trocou experiências com instrumentistas como João Donato, Carlinhos Lyra, Roberto Menescal, Laércio de Freitas, Maurício Einhorn, Lincoln Olivetti, entre outros.

Além disso, influenciou músicos de gerações mais recentes, como Kassin e seus companheiros de Orquestra Imperial, que adotaram a sonoridade de grandes bailes.

Original, ele imprimiu sua assinatura em temas como "Estamos Aí", "O Ganso" e "Sack O Woe (Saca-Uo)".

Nascido em Fortaleza, Lincoln fica na memória por fazer um som bem elaborado e, ao mesmo tempo, simples, direto e dançante, aberto a todos os estilos, mas genuinamente brasileiro.

coluna.obituario@uol.com.br

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