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Chip em jaleco para monitorar médicos no Rio gera revolta

DO RIO

A decisão de gestores de uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), no Rio, de usar um chip preso ao jaleco de médicos e enfermeiros, para controlar a presença dos trabalhadores, gerou revolta em sindicatos. O caso pode parar na Justiça.

A Secretaria Estadual de Saúde do Rio autorizou o Instituto Data Rio, organização social responsável pela UPA da cidade de Mesquita, na baixada fluminense, a colocar um chip no jaleco dos profissionais da unidade.

Segundo a pasta, o objetivo, além de controlar a presença, é diminuir os casos de infecção hospitalar e evitar o sumiço de materiais de consumo -que também serão "chipados".

De acordo com a secretaria, muitos médicos saem das unidades com o jaleco usado no trabalho. Na volta ao posto de saúde, podem trazer micro-organismos responsáveis por infecções hospitalares.

A decisão revoltou os sindicatos de médicos e enfermeiros. As duas entidades vão fazer uma representação junto ao Ministério Público do Trabalho a fim de acabar com a medida. O sistema poderá ser utilizado em outras três unidades da baixada fluminense.

"O chip é bom para gado, em lojas de departamento, não para trabalhadores. Fere a dignidade da pessoa", disse o presidente do Sindicato dos Médicos, Jorge Darze.

Segundo a secretaria, os custos para a implantação do sistema ficarão a cargo do Instituto Data Rio, contratado por R$ 20 milhões para a gestão da UPA.

Em nota, a pasta afirma que "os chips vão atuar de forma a complementar o ponto biométrico, que já funciona desde 2009, além de evitar maiores riscos de infecção, com a saída inapropriada de vestuário hospitalar da unidade".

Representantes do Instituto Data Rio não foram localizados ontem pela reportagem para comentar a decisão.

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