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Ex-cozinheiro do D.O.M., vítima queria se tornar pai

Empresário também fazia aulas de mergulho para se tornar instrutor

Família estuda entrar com ação contra Estado; em 2003, prima de Aquino foi morta pelo marido, policial civil

DE SÃO PAULO

Empresário, contato publicitário, chef de cozinha, mergulhador. Em sua vida, Ricardo Prudente de Aquino, 39, sempre foi, de acordo com amigos, muito intenso em tudo o que fazia. Seu mais novo plano era ser pai, sonho que vinha tentando concretizar havia alguns meses.

Casado há quatro anos com a publicitária Lelia Pace de Aquino, 34, o empresário falou com ela pouco antes de morrer. "Ele estava na casa de um amigo em Alphaville, tranquilo. Ela até disse a ele para beber pouco porque poderia ser parado pela polícia [numa blitz da lei seca]", disse a jornalista Tsuli Narimatsu, amiga da vítima.

Há cerca de cinco anos, Aquino integrou, por mais ou menos 18 meses, a equipe de cozinheiros do D.O.M. (restaurante do chef Alex Atala que aparece em quarto lugar entre os melhores do mundo, em ranking da "Restaurant").

"Era um ótimo cozinheiro e uma grande pessoa. Estou muito triste", disse Atala.

Depois disso, participou de programas de culinária na TV, mostrando suas receitas.

Antes de se dedicar às panelas, Aquino trabalhou em agências de publicidade da capital paulista. Numa delas, conheceu a mulher.

Atualmente, tocava a empresa da família, uma fábrica de brindes. Aproveitava os fins de semana em aulas de mergulho para, num futuro próximo, se tornar instrutor.

INEXPLICÁVEL

Os amigos e parentes dizem não acreditar na possível fuga da vítima. "O carro estava parado quando atiraram. Ele nunca reagiria a uma abordagem", disse Tsuli.

Também duvidam que ele possa ter pego o celular por algum motivo. "O celular dele estava sem bateria, é inconcebível a informação", afirmou a artesão Claudia Sacramento, 44, prima da vítima.

A família, que estuda entrar com ação contra o Estado, se vê diante da tragédia pela segunda vez em nove anos. Em 2003, uma prima de Aquino foi morta pelo marido, um policial civil. "O Ricardo sofreu. Tememos injustiças. O assassino dessa nossa prima está solto", disse um parente.

(GIBA BERGAMIM JR. E ROBERTO DE OLIVEIRA)

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