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PMs ignoraram método ensinado na academia

DE SÃO PAULO

Os três policiais envolvidos na morte do empresário Ricardo Prudente de Aquino, 39, descumpriram o que aprenderam na academia de formação da PM paulista.

Durante os dois anos de estudos e estágio, o cabo Robson Tadeu do Nascimento Paulino, 30, e os soldados Luis Gustavo Teixeira Garcia, 28, e Adriano Costa da Silva, 26, tiveram aulas do método Giraldi, que prevê o uso da arma de fogo de forma preventiva.

Por esse método, desenvolvido por um coronel da reserva da PM e ensinado na academia desde 2002, nunca pode haver disparos contra veículos, mesmo que eles furem barreiras policiais.

O motivo é que, ainda que o motorista seja um criminoso, podem existir pessoas inocentes no carro.

Outro erro cometido pelos policiais é com relação à quantidade de disparos. Pelo método, os PMs devem dar no máximo dois tiros contra o agressor até que ele cesse a ameaça.

No caso da morte do empresário, foram disparados ao menos sete tiros, sendo que dois, a curta distância, atingiram-no na cabeça.

A falta de verbalização foi outra falha. Uma testemunha relatou à Folha que viu a perseguição e, pouco depois, escutou ao menos cinco disparos. "Não ouvi ninguém dizer nada. Só tiros."

Presos no Presídio Militar Romão Gomes, os policiais responderão por crime militar e homicídio doloso.

Na academia, os PMs também têm aulas de direito, sociologia, direitos humanos e psicologia.

(AB e AC)

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