Intervenção tomou as ruas em mais de 9.000 pontos

O projeto Inside Out foi idealizado pelo artista francês JR (que não divulga seu nome completo) e acontece em várias partes do mundo -a intervenção já foi para 9.560 lugares, segundo sua organização. O objetivo é contar histórias de anônimos a partir da fotografia e mostrar o que é importante para eles.

A ideia ganhou o prêmio TED (Tecnologia, Entretenimento e Design) em 2011 e o valor de US$ 100 mil para a realização do projeto.

Pelas regras do Inside Out, os projetos locais não podem ser associados a empresas ou marcas. As fotos produzidas são ampliadas no estúdio de JR em Nova York, por um valor subsidiado. Segundo Carlos Inada, coordenador da ação em São Paulo, uma ampliação de 1,35 m x 90 cm sai por US$ 5. Aqui, os retratos da favela do Moinho foram feitos com trabalho voluntário, diz.

Além da ampliação das fotos, o valor arrecadado em São Paulo vai bancar as taxas alfandegárias para envio das imagens impressas e laudos necessário para a colagem das imagens pela cidade.

A iniciativa em São Paulo não é a primeira no Brasil. No Rio, uma ação expôs fotos do grupo Mães pela Igualdade, formado por mulheres em luta contra a homofobia.

Outra ação de destaque ocorreu em Juarez, no México. A cidade fica na fronteira com os EUA e é considerada uma das mais violentas do mundo. Lá, o Inside Out conseguiu uma de suas maiores ações, com mil rostos fotografados. A ideia era retratar os moradores locais em momentos alegres, em contraponto ao ambiente de violência.

O artista JR é famoso por suas fotografias gigantescas. Em 2008, um de seus trabalhos tomou encostas e fachadas de casas no morro da Providência, no Rio, com fotos de moradores locais. O objetivo era retratar personagens que moram em áreas de conflito destacadas pela mídia e tentar mostrar o outro lado.

Outro trabalho famoso chama-se "Los Surcos de la Ciudad", em Cartagena, na Espanha. Lá JR fotografou vítimas da guerra civil espanhola.