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Pista de skate assume lugar de lixão em Nova York

Parceria público-privada bancou 'skate-park', aberto no início do mês

Área de 2.000 m² tem obstáculos de concreto e rampas de metal; parque fica debaixo da ponte de Manhattan

RAUL JUSTE LORES
DE NOVA YORK

Sob calor de 34ºC do verão nova-iorquino, cerca de 300 garotos e algumas poucas garotas fazem acrobacias com skates e até mesmo patins

no mais novo "skate-park" da metrópole.

Com 2.000 metros quadrados, praticamente o vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo), há obstáculos de concreto e rampas de metal demandando acrobacias dos mais corajosos.

Eles literalmente estão embaixo da ponte, a gigante Manhattan Bridge, que liga a ilha de Manhattan ao Brooklyn, por onde passam trens do metrô nas alturas.

HISPÂNICOS E NEGROS

O local já foi parecido com a base de qualquer viaduto paulistano. Além de sem-tetos e dependentes químicos, trombadinhas e um minilixão ocupavam a área.

Mas o piso de concreto também atraía os skatistas, muitos deles moradores dos conjuntos habitacionais vizinhos, no limite entre os bairros de Lower East Side e Chinatown.

Uma das poucas áreas de Manhattan que não foi transformada pela especulação imobiliária e pela chegada de moradores mais abonados. Apenas 28% da população da área é branca. A maioria é de imigrantes hispânicos, asiáticos e negros.

Além da ponte e do barulho dos trens, a apenas um quarteirão passa a via expressa Franklin Delano Roosevelt, uma das marginais de Manhattan, que deixou a cidade de costas para o rio.

REMODELAGEM

Uma parceria público-privada patrocinou o "skate-park". Um programa de bolsas da Nike premiou o líder da Associação de Skatistas de Nova York, Steve Rodriguez, com uma verba de US$ 250 mil para remodelar as pistas.

A ONG Architecture for Humanity (arquitetura para a humanidade) fez um concurso entre cinco escritórios locais de arquitetura para reinventar o espaço.

O Departamento de Parques e Recreação da Prefeitura de Nova York se responsabilizou pela manutenção, que ainda conta com doações de outras duas fundações.

Depois de 13 semanas de obras, o parque foi aberto oficialmente no início deste mês de julho, o que coincide com o período de férias escolares nos EUA -e do verão no hemisfério Norte.

O arquiteto Preeti Sodhi trabalhou com especialistas para equilibrar obstáculos mais ousados para os profissionais e outros, mais modestos, para quem quiser usar o parque só para brincar, ou para praticar.

Há uma pirâmide de concreto, bem no meio do parque, para aquelas acrobacias mais arriscadas.

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