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Governo e professores não chegam a acordo, e paralisação continua

Nova reunião deve ocorrer hoje; docentes das federais querem aumento maior que o oferecido

Além do índice de reajuste, há impasse sobre os critérios para subir de nível salarial durante a carreira

DE BRASÍLIA

Após pouco mais de três horas de reunião, governo e professores de universidades federais não chegaram a um acordo diante da oferta de proposta para a categoria. A discussão deve continuar em um encontro previsto para hoje.

Ainda não há uma data para o fim da greve nas instituições, que já dura dois meses. Além dos alunos sem aula, a paralisação afeta o atendimento em hospitais federais e já ameaça o calendário das universidades para 2013.

O Ministério do Planejamento afirma que não há margem fiscal para um aumento maior para a categoria.

De acordo com o governo federal, o impacto do reajuste -de até 45% até 2015- nos cofres públicos será de R$ 3,9 bilhões, divididos entre os próximos três anos.

Os professores em greve querem um aumento maior -segundo a pasta, a contraproposta feita por entidades de docentes teria um custo de R$ 10,1 bilhões.

Há ainda divergências em relação aos critérios para progressão na carreira. Os professores criticam, por exemplo, a exigência de 12 horas-aula semanais para o avanço entre os diferentes degraus.

Eles dizem que o critério é produtivista e prejudica o desenvolvimento de pesquisas.

O governo propôs uma escala de 13 degraus até o topo da carreira -contra os atuais 17-, mas a categoria não concorda com algumas exigências para subir de nível.

"Na nossa proposta, o professor pode progredir em todos esses níveis sem nenhuma barreira. Um mestre no nível 1 pode progredir por tempo de serviço [sem necessidade de ter doutorado], mas não tem o mesmo salário [de um doutor]", diz Marinalva Oliveira, presidente do Andes (sindicato dos docentes).

Para o secretário de Educação Superior do MEC, Amaro Lins, essas questões "não necessariamente" deveriam ser colocadas neste momento na mesa de negociação.

"Creio que deveríamos focar agora os pontos centrais de divergência e tentar resolvê-los. Todos esses outros pontos deveriam entrar no grupo de trabalho", afirmou ele, referindo-se ao grupo proposto pelo Ministério da Educação para, junto aos reitores, debater os critérios de ascensão na carreira.

LONDRES

Enquanto governo e professores não chegam a um acordo, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, embarca hoje para Londres, na comitiva que acompanha a presidente Dilma Rousseff rumo aos Jogos Olímpicos.

O ministro permanece lá até a quinta. Segundo a assessoria da pasta, ele participa de evento com estudantes do programa Ciência sem Fronteiras, que concede bolsas de estudo em universidades estrangeiras, ao lado de Dilma.

O Ministério da Educação ressalta que Mercadante não vai participar da cerimônia de abertura da Olimpíada.

(FLÁVIA FOREQUE E KELLY MATOS)

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