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Ministério Público entra com ação contra Aref

Promotoria pede que todos os bens adquiridos após 2005 sejam tomados

São alvo da ação ainda a mulher e os filhos; ex-diretor do setor de aprovação da prefeitura nega as acusações

DE SÃO PAULO

O Ministério Público Estadual ingressou ontem com ação de improbidade administrativa contra Hussain Aref Saab, ex-diretor responsável pelo setor de aprovação de empreendimentos da Prefeitura de São Paulo, sob a acusação de enriquecimento ilícito.

Nela, pede para que todos os bens adquiridos depois de 2005 por Aref e pela empresa dele, a SB4, sejam tomados pela Justiça. Para a Promotoria, esse patrimônio é fruto de propina cobrada para aprovação de empreendimentos.

Também são alvo da ação a mulher de Aref e os dois filhos dele, sócios da SB4. Um deles é o delegado da Polícia Civil paulista Luís Fernando Saab, que teria sido beneficiado pelo suposto esquema.

A ação movida pelo promotor Silvio Marques ocorre pouco mais de dois meses após o "TV Folha" revelar a explosão patrimonial de Aref entre 2005 e 2012.

Nesse período, ele chefiou o setor de aprovação de empreendimentos de médio e grande porte, o Aprov, e adquiriu 106 imóveis estimados em R$ 50 milhões. A renda declarada dele era de R$ 20 mil.

SHOPPINGS

Na ação, que corre em segredo de Justiça, há uma série de depoimentos de pessoas que dizem que Aref cobrava propina para aprovar empreendimentos.

Entre eles está o da ex-executiva da BGE (Brookfield Gestão de Empreendimentos), Daniela Gonzalez. Ela denunciou, à Folha, um suposto esquema de pagamento de propina por parte de shoppings.

O ex-diretor do Aprov, por meio de seus advogados, nega a cobrança de propina. Diz que esse patrimônio é fruto de seu trabalho, de herança, e, também, de seu sucesso como investidor imobiliário.

Ele diz que ganhou muito dinheiro com uma empresa de estacionamentos -que, porém, não está em seu nome.

Ontem, a reportagem não conseguiu contato com os advogados de Aref. Ninguém atendeu ao telefone disponível para contato.

Os bens dele estão bloqueados desde março.

Desde 14 de maio, a Folha solicita, sem sucesso, à Secretaria da Segurança um posicionamento sobre o delegado Saab e pede entrevista com o policial.

(RP e ES)

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