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Seis são mortos em região em que PM da Rota sofreu ataque

Crimes ocorreram em um intervalo de quatro horas e meia em 3 pontos da zona norte; polícia apura se há relação entre as mortes

DE SÃO PAULO
DO “AGORA”

Em um intervalo de quatro horas e meia na noite de anteontem e madrugada de ontem, seis pessoas foram mortas a tiros na mesma região onde um policial da Rota (tropa de elite da PM) foi vítima de um atentado na segunda-feira passada na zona norte.

São Paulo enfrenta uma escalada da violência. Junho fechou com média de 14 assassinatos por dia na cidade, ante 10 no mesmo período de 2011.

A mais recente onda de homicídios começou em um lava-rápido na rua Morro do Livramento, no Jaçanã, a cerca de cem metros do local onde o soldado da Rota Anderson de Sales, 28, foi atingido por três tiros de fuzil. Ele sobreviveu.

Nesse lava-rápido, por volta das 21h30 de anteontem, cinco pessoas que jogavam baralho foram baleadas -três morreram. Os mortos foram César da Conceição Lopes, 44, o dono do local; Leonardo Ferreira de Oliveira, 17; e Isaac Pereira Lima, 20.

Pelo menos 45 tiros foram disparados por cinco criminosos encapuzados. Dois estavam em uma moto e os outros três em um carro.

Um dia antes da chacina, segundo moradores, policiais da Rota estiveram no lava-rápido em busca de drogas, mas nada encontraram.

Procurada, a PM disse que, por enquanto, não há nenhuma relação entre o atentado contra o soldado Sales, a revista no lava-rápido e a chacina que aconteceu no local.

TRÁFICO

A quarta vítima na região foi o desempregado Daniel de Mello, 21. Ele levou oito tiros, sendo quatro na cabeça, na rua Águas de Chapecó, no Jaçanã. Os disparos foram feitos, segundo a polícia, por dois motoqueiros.

"Meu filho ficou preso quase dois anos por tráfico e não aprendeu. Eu dizia para ele sair dessa vida. O rumo para quem fica no crime é cadeia ou caixão. Ele viu os dois", disse o pai da vítima, Roberto de Mello Júnior, 63.

Às 2h, na rua das Flores, no Tremembé, Lucas de Oliveira Máximo, 20, que cumpria pena em regime aberto por tráfico, e Igor Góes, 21, que já fora preso por furto, acabaram mortos por dois motoqueiros.

Máximo levou 15 tiros, sendo quatro na cabeça, e Góes, seis (dois na cabeça). Um parente de Góes diz que o jovem foi morto porque testemunhou o crime contra Máximo.

A Polícia Civil diz que apura se há relação entre as seis mortes. No dia 12, Osasco também passou por onda de crimes: oito pessoas foram mortas em três horas.

(AFONSO BENITES, RAFAEL ITALIANI E JOSMAR JOZINO)

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