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Após furto, smartphones vão parar no centro de SP

Rastreamento mostra que região é o principal destino dos aparelhos

Bom Retiro, Santa Ifigênia e rua Direita são pontos de desova; escritora tem até 'celular da balada'

Joel Silva/Folhapress
Camelô vende smartphone no viaduto do Chá, no centro
Camelô vende smartphone no viaduto do Chá, no centro

GIBA BERGAMIM JR.
DE SÃO PAULO

O empresário carioca M., 40, dançava quando sentiu falta de seu iPhone em meio à multidão que se divertia ao som de música eletrônica, no Anhembi. Ele e pelo menos outras 58 pessoas saíram sem seus smartphones do Skol Sensation, no dia 2 de junho.

Graças ao rastreador do aparelho do empresário, os objetos furtados foram achados no mesmo lugar: um hotel no centro de São Paulo.

A região é o destino preferencial dos aparelhos roubados ou furtados na cidade, segundo a Polícia Civil.

A Folha teve acesso a boletins de ocorrências, registrados nas regiões oeste e norte da cidade, em que se constatou, graças aos rastreadores, que os smartphones foram parar nas mãos de receptadores na região central.

As áreas próximas à rua Santa Ifigênia, rua Direita e Bom Retiro são pontos de desova dos equipamentos, segundo os registros. Nesses locais, também são vendidos.

A localização dos aparelhos por meio de rastreador não é regra, já que há técnicos que conseguem desabilitar o aplicativo. Geralmente, os celulares são desligados após o crime justamente para evitar o rastreamento.

Segundo o delegado Antonio Luis Tuckmantel, do 3º DP (Campos Elíseos), os aparelhos também acabam numa "feira do rolo" itinerante no centro. "Não são quadrilhas, são ladrões de rua, que se aproveitam de um descuido e fazem furtos", disse.

A feira ocorre na região da cracolândia, mas não tem rua nem local e horário definidos. É nessa mesma região que há um movimentado comércio de celulares de segunda mão.

Não é possível saber quantos aparelhos foram roubados ou furtados porque a Secretaria de Segurança Pública não faz estatística específica sobre isso.

ESTRATÉGIAS

Antes de cair na noite paulistana, a escritora Márcia Pereira de Almeida, 36, se veste, faz a maquiagem e pega o "celular da balada".

O aparelho, um modelo simples, substitui o iPhone comprado há poucos meses, para repor outro que foi roubado numa festa.

A estratégia é para evitar perder seu segundo aparelho.

"Perguntei à atendente da TIM se era possível obter um celular mais simples e eles me deram um. Quando vou à balada, só uso esse [o mais simples]", contou.

Assim que foi furtada em maio deste ano na praça Benedito Calixto, em Pinheiros, zona oeste paulistana, a psicóloga Viviane Hoffman, 27, telefonou para o aparelho. Estava desligado, e ela nunca conseguiu rastreá-lo.

"Ele [ladrão] enfiou a mão na minha bolsa e tirou. Não tive chance de recuperá-lo."

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