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Policial é morto com 11 tiros na zona sul

Desde 13 de junho, nove PMs foram assassinados na região metropolitana; soldado fazia trabalhos administrativos

PM foi vítima de atentado no Capão Redondo; arma do crime é de uso restrito das forças de segurança

DE SÃO PAULO

Um soldado da Polícia Militar foi morto a tiros na zona sul de São Paulo no início da manhã de ontem. Foi o nono assassinato de policial desde o dia 13 de junho, quando se iniciou uma onda de violência contra policiais e bases da PM na Grande São Paulo.

O soldado Adilson Pereira Araújo, 34, foi atingido por 11 tiros no cruzamento da avenida Carlos Caldeira Filho com a estrada de Itapecerica, no Capão Redondo, por volta das 5h30 de ontem.

Dois dos disparos, feitos por uma arma de uso restrito das forças de segurança, atingiram a cabeça do soldado, que não estava fardado.

Dois homens em uma moto vermelha abordaram a vítima e dispararam sem nada dizer, segundo testemunhas relataram à Polícia Civil.

Araújo estava indo de sua casa, no Capão Redondo, para o trabalho, no 1º Batalhão da PM, em Interlagos, também na zona sul da cidade.

A princípio, a PM disse que se tratava de uma tentativa de assalto. Porém, como nada foi levado do policial e testemunhas afirmaram que Araújo não reagiu, a investigação passou a ser de homicídio doloso (intencional).

ÁREA ADMINISTRATIVA

Com 15 anos de PM, Araújo não tinha advertência profissional e não foi investigado pela Corregedoria. Nos últimos cinco anos, segundo seus familiares, trabalhou só na área administrativa.

"Ele era obeso [pesava 175 kg] e não havia colete que servisse nele. Por isso, só fazia trabalho interno", disse Ana Ribeiro, uma cunhada dele.

Conforme amigos e parentes, nem o soldado nem a esposa dele receberam ameaças de morte recentemente.

A polícia busca imagens de câmeras de segurança da região para identificar os assassinos do soldado Araújo.

Desde o início da onda de violência contra policiais, os investigadores apuram se os casos têm relação com disputas de traficantes ou se são uma retaliação à morte de seis supostos integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) por policiais da Rota (tropa de elite da PM), em maio.

(AFONSO BENITES)

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