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Governo encerra negociação com docentes

O Proifes, uma das três entidades que representam professores das federais, aceita proposta para pôr fim à greve

Entidade é a mais alinhada ao PT; o Andes, maior sindicato da categoria, critica decisão do governo

DE BRASÍLIA

A proposta do governo de reajuste salarial para os professores das federais foi aceita ontem por uma das três entidades de representação dos docentes, levando a um racha no movimento grevista.

Após reunião ontem no Ministério do Planejamento, o Proifes (Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior) foi o único a aceitar a oferta do governo.

Com isso, a pasta deu por encerrada a negociação com a categoria, em greve há 78 dias.

O Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), sindicato de maior representatividade dos docentes, criticou a decisão do governo.

"A entidade que aceitou a proposta não representa a categoria docente. Vamos ver quem tem mais força política junto à sociedade", disse Marinalva Oliveira, presidente do sindicato. "O governo está fazendo um acordo unilateral."

O Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica), que também participa da negociação, também rejeitou o acordo.

Eduardo Rolim, presidente do Proifes, entidade mais alinhada ao PT, rebateu as críticas. "O Proifes não é uma entidade que começou agora. [O reajuste oferecido] é muito menos do que propusemos, mas entendemos que o momento era de avançar."

A entidade representa sete universidades, das quais seis estão em greve. Uma delas, a UFSCar (Federal de São Carlos), já indicou que deve encerrar a paralisação.

PROJETO DE LEI

Até o final deste mês, o Ministério do Planejamento deve encaminhar ao Congresso um projeto de lei nos termos do acordo firmado: reajuste entre 25% e 40%, diluído até 2015, e redução dos níveis para se chegar ao topo da carreira -dos atuais 17 para 13.

O secretário de Educação Superior, Amaro Lins, se mostrou otimista com o resultado da reunião. Ele diz acreditar que ainda na próxima semana algumas instituições vão declarar a greve encerrada.

"Os professores percebem que é melhor retomar as atividades e evitar prejuízos futuros no calendário acadêmico", disse. Segundo o Andes, 57 das 59 universidades federais estão em greve.

(FLÁVIA FOREQUE)

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