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Justiça determina que moradores e lojistas deixem complexo no Rio

Laudo da Defesa Civil diz que corte de vigas durante obra pode ter afetado estrutura do prédio

Empreendimento tem 70 lojas e 250 apartamentos, mas só 40 estão ocupados, segundo associação

DO RIO

A Justiça do Rio determinou a evacuação de um condomínio residencial e um shopping na zona norte por riscos causados por uma obra considerada irregular.

Em duas semanas, caso a ordem não seja atendida, a polícia pode ser acionada para retirar moradores e lojistas.

Segundo laudo da Defesa Civil municipal, o imóvel onde fica condomínio de quatro prédios e o Tijuca Off Shopping sofreu intervenções estruturais que podem levar ao "colapso das estruturas".

Em outubro, a construtora Sá Cavalcante, responsável pelo imóvel, iniciou obra para converter o playground do condomínio em garagem. Moradores dizem que apartamentos foram vendidos com vaga na escritura, mas o espaço original não comportava carros de todas as unidades.

Durante as obras, vigas estruturais de concreto armado foram cortadas para que fossem fixadas estruturas para sustentar as rampas de acesso à nova garagem, diz o laudo. Isso levou ao embargo do trabalho em 27 de outubro.

O documento, datado de março e anexado ao processo, aponta o corte das vigas, "inclusive com rompimento de armadura para passagem das vigas da estrutura da rampa [da futura garagem]".

REDUÇÃO DE DANOS

De acordo com a análise do órgão, havia necessidade de recomposição da estrutura alterada "para que o quadro atual e o grau de risco não se agravem e provoquem o colapso das estruturas que sofreram intervenções".

Desde então, a construtora não fez novas intervenções para evitar os danos. No processo, afirma que a situação "não é tão grave". Se assim fosse, diz a empresa, a Defesa Civil determinaria a evacuação do edifício.

Preocupada com a situação, a associação de lojistas entrou na Justiça contra os responsáveis pela obra.

Em decisão proferida anteontem, a juíza Adriana de Carvalho, da 27ª Vara Cível -"acolhendo a sugestão" da empresa, como escreve- determinou a evacuação do condomínio e do shopping.

Segundo o presidente da associação de moradores, Renan Malta, 40 apartamentos estão ocupados por 150 pessoas. Há ainda 210 unidades vazias, a serem vendidas pela construtora. No shopping são 70 lojas.

Malta afirma que a obra foi feita sem concordância dos moradores. Como a construtora é dona da maioria dos apartamentos, diz ele, toma as decisões sem consultá-los. O síndico, afirma, é funcionário da empresa.

"Somos reféns. Não temos como fazer juízo de valor sobre a obra, pois temos poucas informações sobre ela. Estão todos com medo e assustados."

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