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Hospitais municipais de São Paulo vão de ociosos a lotados

Relatório do Tribunal de Contas do Município mostra que distribuição de pacientes é desigual nas unidades

No hospital do Campo Limpo, com ocupação de 111,5%, reportagem flagrou paciente em maca no corredor

DO “AGORA”

Um relatório do TCM (Tribunal de Contas do Município) com dados dos principais indicadores das unidades de saúde de São Paulo mostra que os 17 hospitais municipais da capital paulista enfrentam situações desiguais.

De um lado, unidades superlotadas. De outro, locais onde quase metade dos leitos de internação estão vazios.

De acordo com o Ministério da Saúde, a taxa de ocupação hospitalar -um indicador medido diariamente, que leva em consideração o número de pacientes internados e a quantidade de leitos disponíveis- deve permanecer entre 80% e 85%.

Em 2011, diz o relatório, três unidades ficaram dentro deste intervalo e dez estavam próximas ao percentual desejado (veja quadro ao lado).

"O hospital não pode ficar 100% lotado, porque a equipe trabalha com muita pressão. Quando a ocupação é muito baixa, causa prejuízo, pois os recursos disponíveis não estão sendo utilizados", diz o médico e professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Álvaro Escrivão Júnior.

O MAIS LOTADO

O hospital do Campo Limpo, na zona sul da cidade, é o mais lotado da lista. A taxa de ocupação alcançou 111,5% no ano passado. Na semana passada, a reportagem flagrou um paciente em uma maca no corredor.

Em segundo lugar está o hospital Jardim Iva, também na zona sul, com 96,9%.

De acordo com o infectologista e coordenador do comitê de infectologia hospitalar da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), Eduardo Medeiros, a superlotação oferece riscos para os pacientes. "Além das infecções, ela compromete a qualidade do atendimento", afirma ele.

No outro extremo estão os hospitais Jardim Sarah, no Rio Pequeno (zona oeste da cidade), e Planalto, em Itaquera (zona leste).

De acordo com o TCM, em 2011, quase metade dos leitos das duas unidades ficaram vazios. As taxas de ocupação foram de 54,6% e 54,7%, respectivamente.

"Uma taxa de ocupação baixa pode representar um problema de gerenciamento", diz o professor da FGV.

(PAULA FELIX E ALINE MAZZO)

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