Zephyrino Lavenère Machado Filho (1936-2012)

Zifa, 52 anos dedicados à Petrobras

Na década de 1990, bem que a Petrobras tentou proibir o engenheiro Zephyrino Lavenère Machado Filho, que enfrentava problemas de saúde, de frequentar navios e plataformas de petróleo.

A restrição, porém, não durou muito tempo. Como estava na empresa desde 1960 e recebia diversas homenagens por isso, passou a aproveitar os discursos de agradecimento para pedir à direção que lhe deixasse voltar para o mar.

"Era tanta insistência que resolveram deixar ele ir", conta o filho, também Zephyrino.

Segundo a família, foi essa vontade de voltar a trabalhar que lhe deu ânimo para enfrentar fisioterapias e cirurgias por mais de uma década -ele enfrentou desde trombose e AVC a câncer de próstata e problemas do coração.

Formado em engenharia civil pela UFPE (Federal de Pernambuco), Zifa, como era chamado pelos amigos, tornou-se um dos maiores especialistas em petróleo no país, ajudando a ampliar a exploração do óleo nos anos 80.

Alagoano, morava no Rio desde 1969, com algumas passagens por EUA e Alemanha.

Casado com Vólia havia mais de meio século, tiveram ainda uma filha, que leva o nome da mãe -ele brincava que o casal não tinha criatividade para batizar os filhos.

Zephyrino era conhecido por gostar de debater com os outros, independentemente do assunto. "Às vezes, ele tomava partido até do que não acreditava só para levantar um debate", conta o filho.

Nas horas de folga, gostava de ler e de fazer caminhadas, principalmente em seu sítio, em Friburgo (RJ).

Morreu na terça (31), aos 76. Deixa também dois netos.