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Duração da greve já preocupa formandos

Sem professores, alunos não podem cumprir serviço exigido pelo MEC

Atividades como estágio obrigatório estão comprometidas, e estudantes tentam reduzir a carga horária

THÉO AZEVEDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A greve dos estudantes e professores na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que já dura cerca de três meses, começa a preocupar principalmente os alunos com previsão de formação no final deste ano.

É o caso de Katia Cordeiro Moreira, estudante do 5º ano de psicologia no campus em Santos. Apesar de apoiar as reivindicações dos estudantes durante a greve, o estágio obrigatório que fazia numa comunidade da Baixada Santista teve que ser paralisado.

"Quando os docentes deliberaram a favor da greve, em maio, as atividades de estágio foram suspensas. Não podemos realizar as consultas na comunidade sem a supervisão dos professores", afirma Katia.

Segundo ela, assim que as aulas forem retomadas, será discutido com os docentes a possibilidade de reduzir a carga horária de estágio exigida pelo MEC.

"Assim os alunos não serão prejudicados com o atraso na entrega do diploma. Mas antes do diploma em si, devemos pensar em nossa formação por completo e com qualidade", analisa Katia.

IRRITAÇÃO

Para Marina Ceriliani, estudante do curso de relações internacionais no campus de Osasco, a falta de informações por parte dos docentes já tem irritado seus colegas de sala.

"Quando os professores respondem nossos e-mails, dizem simplesmente que não há previsão para o retorno às aulas. Já começo a pensar que deverei adiar em mais um ano minha formação, pois este já está quase perdido", diz.

Por outro lado, há quem esteja aproveitando a falta de aulas na faculdade, como Juliana Ramires, 19, do curso de biomedicina no campus da Unifesp em São Paulo.

"Estou pesquisando no laboratório de diabetes na gravidez um assunto que gosto, já tendo em vista uma futura iniciação científica", diz.

"Se tivesse tendo aulas, certamente não teria tempo para conciliar a grade regular do bacharelado com as atividades no laboratório. Para não perder o ano, continuo estudando onde ainda é possível", afirma ele.

Segundo Ramires, cerca de 30% dos estudantes da sua turma estão comparecendo à universidade para exercer as atividades laboratoriais -que não foram afetadas com a paralisação dos docentes.

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