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Motos caras viram alvo de ladrões nas marginais

Fim de semana concentra a maioria dos crimes

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

Paulo Pereira de Paula, 49, rasgava o asfalto da marginal Tietê, em cima de sua moto esportiva, uma Honda CB 1.000R, de R$ 40 mil, quando quatro ladrões o cercaram.

Era noite do dia 4, sábado retrasado, e Paula, experiente delegado da Polícia Civil de SP, voltava de um passeio no interior. Ele trabalhava na delegacia de combate ao tráfico em Guarulhos (Grande SP).

Obrigado a parar sua moto em plena marginal Tietê, o policial foi baleado no rosto e abdômen, assim que desceu do veículo. Os ladrões fugiram sem levar a moto do policial, que morreu. Até agora, o crime não foi esclarecido.

A morte do delegado foi apenas a mais recente da violência contra motociclistas que, principalmente aos sábados e domingos, trafegam por vias como as marginais Tietê e Pinheiros com suas motos esportivas.

Em novembro de 2011, Nicolas Friedrich Hans Dornaus, 40, chefe de cozinha do hotel de luxo Grand Hyatt, foi morto por ladrões na zona sul de São Paulo quando ladrões o atacaram para levar sua Yamaha Fazer 600.

Segundo motociclistas e policiais ouvidos pela reportagem, as rodovias Bandeirantes, Anhanguera, Castello Branco, Anchieta, Imigrantes e Presidente Dutra, além das marginas Tietê e Pinheiros, são os pontos preferidos dos ladrões especializados em roubar motos esportivas.

Para se precaver, donos de esportivas se mobilizam na internet.

Na maior parte dos roubos, os ladrões chegam às vítimas em duplas ou quartetos, sempre em outras motocicletas. Depois de emparelhar em alta velocidade ou aproveitar um momento de redução da velocidade, os ladrões apontam armas para quem está pilotando as esportivas e um criminoso, normalmente um garupa, leva a moto embora.

Os modelos de motos esportivas mais visados são as Honda Hornet e RR 1.100, as Suzuki Bandit e Hayabusa e a Kawasaki Ninja. Elas custam de R$ 29 mil a R$ 61 mil.

Ao contrário das motos mais baratas, as esportivas são visadas pelos ladrões porque rendem status para quem circula com elas e não são roubadas para ter suas peças vendidas imediatamente.

No primeiro semestre deste ano, 44.944 veículos foram roubados no Estado; outros 54.620, furtados. A Secretaria da Segurança Pública de SP não esclareceu quantos dos 99.564 veículos (553 ao dia) levados por ladrões eram motos e quantos eram carros.

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