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Análise

A melhoria dos resultados precisa ocorrer em todos os níveis de ensino

PAULA LOUZANO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Os resultados da Prova Brasil, divulgados pelo MEC junto com o Ideb, nos mostram o quanto os nossos alunos estão aprendendo.

Os estudantes de escolas públicas do 5º ano em 2011 aprenderam muito mais matemática -o equivalente a dois anos acadêmicos- que seus colegas que, em 2005, estavam na mesma série. Essa é uma excelente notícia.

Porém, partimos de patamares de aprendizagem muito baixos, e ainda estamos aquém de um aprendizado adequado. Mesmo em 2011, nem todos os alunos do 5º ano foram capazes de resolver uma divisão exata por um número de dois algarismos.

Mas a má notícia é que os demais níveis de ensino (6º ao 9º ano e o ensino médio) não acompanham o ritmo da melhoria dos anos iniciais.

E o que é pior: os níveis mais avançados de ensino parecem ter mais dificuldades em agregar valor quando os alunos chegam a eles mais bem preparados.

Por exemplo, os alunos de 2005, no fim do ensino fundamental, saíram em 2009 com 65 pontos a mais na prova. Já os de 2009 ganharam apenas 56 pontos ao finalizar o mesmo nível em 2011.

Os números parecem mostrar que não temos conseguido potencializar os ganhos do início da escolarização em níveis subsequentes de ensino.

Em tempo, boa parte dos nossos alunos no final do 9º ano já é capaz de realizar a divisão acima, mas aí descobrimos que eles não aprenderam a aplicar o conceito de porcentagem em situações simples.

PAULA LOUZANO é professora da Faculdade de Educação da USP

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