Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Com 'ficha limpa', Bar Leo reabre nesta terça

'Clássico' volta a carga com horário esticado

ALESSANDRO FIOCCO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Vai voltar a ter burburinho no número 100 da rua Aurora, no centro de São Paulo. Cinco meses após terem sido lacradas, as pesadas portas de metal do Bar Leo serão desempoeiradas na próxima terça-feira. O brinde, é claro, será com chope, mas desta vez prometem oferecer o que está na carta de bebidas.

Em 30 de março, o ponto foi fechado pela Covisa (Coordenadoria de Vigilância de Saúde) após denúncia de que vendia chope diferente do anunciado.

Com experiência em reerguer notívagos paulistanos, assim como fez com o Bar Brahma, é Cairê Aoas, 28, quem administra a nova fase do Leo. Aos temerosos, ele avisa que foi mantida a mesma estética de antes do fechamento. Os funcionários, alguns deles com mais de 45 anos de carteira, também.

"A mudança só foi estrutural. Nos policiamos para deixar tudo como era no auge ", diz Aoas. Mas há novidades: antes aberto até as 18h, agora se estenderá até as 23h.

Localizado em um ponto crítico do centro paulistano, no epicentro da cracolândia, Aoas ressalta que esse tipo de iniciativa é o que dá vida novamente a pontos hoje vistos com desconfiança.

Cliente desde 1990 e a primeira mulher a se tornar frequentadora assídua do bar, a funcionária pública Roseli Coelho, 50, ilustra que apenas homens colocavam o pé para dentro do estabelecimento. "Mulher sozinha desconfiavam ser prostituta."

Foi sem baixar a cabeça e fazendo um amigo aqui, outro acolá, que encontrou uma brecha. Em meio a tulipas de chope, Roseli diz ter feito dezenas de amigos. "Certa vez, numa conversa, descobri que um frequentador morava a duas ruas da minha, mas só fui conhecê-lo no Leo."

Em ambiente predominantemente masculino, avisa: "Sempre fui sozinha e paguei a minha conta".

DO ALEMÃO

Em 1940, o hoje Bar Leo era apenas "do alemão". Foi só em 64, com seu terceiro proprietário, Hermes da Rosa, que o nome se tornou real e uma referência na cidade.

"O bar tem que ter alma, coisa que o Leo nunca perdeu", diz Aoas.

Na reinauguração desta terça, Madir Milan, 77, gestora do estabelecimento até o fechamento de março, promete dar uma passadinha para conferir a reabertura.

"É claro que vou tomar um chopinho quando der uma folga", brinca Madir.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.