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Maurice Costin (1928-2012)

Um romeno de alma brasileira

DE SÃO PAULO

O romeno Maurice Costin costumava dizer que os imigrantes deveriam "devolver" ao Brasil o que o país fez por eles, ao receber todos sem discriminação de raça ou cor.

Fugido da Segunda Guerra Mundial, ele chegou aqui em 1949, depois de passar pela França, onde adotou o sobrenome Costin no lugar do Calmanovici, de origem judaica.

Fez de tudo um pouco até começar a trabalhar com importação e exportação na década de 50, quando quase ninguém se arriscava no ramo. Nessa época, já debatia a internacionalização das empresas e a necessidade de conquistar novos mercados.

Como diretor da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), foi um dos introdutores das relações internacionais e do comércio exterior no Brasil.

Era extremamente paciente com seus interlocutores: abria um sorriso e, com sua voz mansa, explicava cada detalhe do assunto em questão.

"Quando ninguém sabia exatamente o que era o Mercosul, ele foi capaz de se sentar com um grupo de jornalistas e passar a tarde explicando o que era o acordo e os benefícios que traria para a região", conta Luiz Fernando Furlan, ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Em 2009, para comemorar os 60 anos de sua chegada ao Brasil, Maurice lançou sua biografia: "Uma vida, múltiplas trajetórias" (editora Ver Curiosidades).

Casado com a húngara Lídia desde 1952, apenas há dois anos oficializaram a união "no papel", como ele desejava. Morreu no domingo (12), aos 84 anos. Teve três filhos -um deles também já morreu- e cinco netos.

coluna.obituario@uol.com.br

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