Empresa apontada por hotel não cuidava de balanço, diz polícia

A empresa indicada pelo Grande Hotel São Pedro como responsável pela manutenção do playground onde uma criança morreu atingida pela viga de um balanço afirmou à polícia que foi contratada para serviços de pintura -e não para avaliar a estrutura do brinquedo.

De acordo com o delegado Marcel de Sousa, representantes da empresa PR Ferraz Pinturas apresentaram à Polícia Civil o contrato da empresa com o hotel, localizado em Águas de São Pedro (a 184 km de São Paulo).

No documento, afirma, não há menção à avaliação estrutural dos brinquedos.

Essa nova informação, segundo o delegado, "prejudica" a versão do hotel -de que estaria isento de responsabilidade pela morte da menina por ter terceirizado a manutenção dos brinquedos.

Procurado pela Folha há dez dias, o hotel não se manifestou (leia texto abaixo). Representantes da PR Ferraz também não quiseram comentar o caso.

Em julho, Inês Schaller, 4, brincava em um balanço do playground do hotel quando a viga superior de madeira se soltou e caiu sobre seu tórax.

O laudo da perícia indicou que o brinquedo tinha falhas de instalação e que a madeira estava em estágio avançado de deterioração.

À época do acidente, um subgerente e um monitor do hotel prestaram depoimento.

O advogado Cid Vieira de Souza Filho, contratado pelo hotel, afirmou o serviço de manutenção era feito por uma empresa terceirizada e que, por isso, o hotel não teria "nenhuma responsabilidade na manutenção".

Segundo o delegado, mesmo com o documento, "ainda não é possível saber efetivamente quem fez ou deveria ter feito a fiscalização estrutural do playground".

"Se o trabalho foi apenas externo, não é suficiente para garantir a segurança do equipamento", afirma Sousa. Ele diz que vai investigar agora se havia uma outra empresa contratada para o serviço.