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Só não dá para nadar

Projeto de despoluição de um dos cartões-postais do Rio favorece práticas esportivas e pesca amadora na lagoa Rodrigo de Freitas

VENCESLAU BORLINA FILHO
DO RIO

Na lagoa Rodrigo de Freitas, conhecido ponto turístico do Rio de Janeiro, pode se fazer quase tudo -caminhar, correr, navegar e praticar remo, esqui, wakeboard e mais recentemente, stand up paddle (remar de pé sobre uma prancha). Só não pode nadar.

Mesmo com os investimentos de R$ 140 milhões dos governos municipal e estadual, e da iniciativa privada para tentar despoluir a lagoa, o banho não é permitido e dificilmente será por causa das práticas esportivas -a medida é para evitar acidentes entre banhistas e equipamentos como lanchas e jet ski.

"Isso [banho] está totalmente descartado, mesmo com a melhor qualidade da água. A lagoa é para outras atividades", diz Vera Oliveira, gerente de monitoramento e ambientes costeiros da Prefeitura do Rio.

Outra explicação é a classificação da lagoa dada pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), como sendo de água salobra classe 2, que permite apenas o contato secundário, ou seja, práticas esportivas e pesca amadora.

A classificação define a qualidade da água.

Segundo as análises da prefeitura, a lagoa ainda apresenta oxigênio dissolvido e concentração de cianobactérias e coliformes totais e fecais que impedem sua melhor classificação.

Mesmo assim, o praticante de wakeboard Thiago Fidalgo Pereira de Souza, 25, usa a lagoa para o esporte. Ele afirmou que nunca teve doença de pele ou contaminação por causa do contato com a água.

"Não dá para mergulhar, mas só de parar de jogar esgoto já ficou bom", conta.

"E mesmo que a água fique boa, acho improvável as pessoas nadarem porque aqui perto [da lagoa] tem a praia", completa Souza.

DESPOLUIÇÃO

O próximo projeto da Prefeitura do Rio de Janeiro para tentar melhorar a qualidade da água da lagoa é a construção de um duto subterrâneo que vai possibilitar a troca de água com o mar, depois da área de arrebentação, entre as praias de Ipanema e Leblon, na zona sul da cidade.

O objetivo é renovar a água da lagoa e possibilitar sua melhor oxigenação para evitar a morte de peixes.

A presidente do Inea (Instituto Estadual do Ambiente), Marilene Ramos, afirmou que contra o projeto pesam a possível alteração do ecossistema da lagoa e o aumento da salinidade.

No momento estão em reforma a pista de caminhada, quadras esportivas e parques. O próximo passo é conceder à iniciativa privada os 16 quiosques ao redor da lagoa.

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