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Homicídio cai, mas cresce latrocínio em São Paulo

Após seguidas altas, dados de julho apontam reversão no aumento da violência

Queda de assassinatos foi de 7,7% no Estado e 13,2% na capital; casos de latrocínio, porém, aumentaram até 100%

AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO

Após a cúpula da Segurança Pública admitir que São Paulo passava por uma escalada da violência no primeiro semestre deste ano, as estatísticas de julho apontam que houve uma reversão no aumento da criminalidade.

Comparando o mês de julho deste ano com o mesmo período do ano passado, tanto o Estado quanto a capital reduziram o número de casos de homicídios dolosos (intencionais). A queda foi de 7,7% e 13,2%, respectivamente.

Essa redução, porém, ainda não foi suficiente para alterar o quadro dos sete primeiros meses deste ano, em comparação ao mesmo período de 2011, com o crescimento de quase todos os índices criminais no Estado (veja quadro na página C3).

Em julho, foram registrados 347 casos de assassinatos, com 380 vítimas no Estado (média de 12 ao dia). Na capital paulista, foram 92 casos e 102 vítimas (três ao dia). Na mesma ocorrência, pode haver mais de uma vítima.

Se considerado o acumulado do ano, porém, São Paulo teve um aumento de 5,9% e a capital, 15,3%.

Junho deste ano havia sido o mais violento dos últimos 18 meses no Estado.

A alta das mortes coincidiu com o período no qual oito policiais militares de folga foram mortos em crimes com características de encomendados e suspeita de ligação com o crime organizado.

Já a quantidade de latrocínios, que são os roubos seguidos de morte, cresceu 55% no Estado e dobrou na capital.

"A SSP comemora a redução avaliando o número de casos. O correto é ver o número de vítimas. Se somarmos as vítimas de homicídio com as de latrocínio, notamos que o número é quase o mesmo. Não há o que comemorar", disse a coordenadora de análise de dados do Instituto Sou da Paz, Lígia Rechenberg.

Fazendo a soma sugerida pela especialista, chega-se ao número de 115 mortos na capital em 2011 e 114 neste ano.

Já o comandante da PM, Roberval Ferreira França, afirma que a queda na criminalidade é uma tendência.

OUTROS CRIMES

Os dados divulgados pela gestão Geraldo Alckmin

(PSDB) também mostram aumento em estupro, roubo de banco, veículo, carga e furto de veículo.

"A redução dos casos de crimes contra o patrimônio [roubos e furtos] só é possível com o investimento em inteligência. Não adianta só botar polícia na rua, se ela não é alocada com eficiência e se as investigações não são bem feitas", afirmou Rechenberg.

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