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Outro lado

'Só prestei um favor e me dei mal', afirma advogado

Fiore, que está em prisão domiciliar, nega ter cometido crime e diz que mulher pediu que entregasse a muleta

DE RIBEIRÃO PRETO

Em sua casa, onde está cumprindo prisão domiciliar, o advogado Roberto José Nassutti Fiore se disse inocente e que somente tentou prestar ajuda a uma mulher no Fórum de Araraquara.

"Acredito que qualquer um naquele momento teria se enrolado. Chega uma senhora e lhe diz: dá para levar essa muleta para o meu filho com o pé quebrado? Complicado falar não", afirmou à Folha ontem por telefone.

"Só prestei um favor e me dei mal", disse.

Em 2006, Fiore se destacou por críticas às condições degradantes às quais estavam submetidos os presos durante rebelião no complexo penitenciário da cidade.

A cena revelada pela Folha de homens seminus amontoados no pátio, com as portas soldadas, e alimentos sendo entregues a eles por cordas, chocou o país.

MULHER

Fiore estava ontem preparando a argumentação para o seu habeas corpus, já parcialmente concedido. Quer incluir testemunhos que disse ter de pessoas que teriam visto a mulher entrando no fórum com as muletas "recheadas" de celulares.

Segundo Fiore, a mulher confirmou aos policiais ter pedido que entregasse a muleta para o filho e que ela não sabia que havia celulares dentro. A Polícia Civil, porém, diz que a mulher apenas negou saber das muletas.

"É um absurdo, porque entreguei as muletas na mão de um policial militar. Quem pensa em introduzir [celular] não entrega isso nas mãos de um policial. É obvio."

Para o advogado, houve uma tentativa da Polícia Civil em chamar a atenção da imprensa com a sua prisão.

"O delegado tentou um destaque, quis aparecer na mídia com acusação no mínimo absurda de formação de quadrilha, que eu sou advogado de membro do PCC."

Fiore afirmou ainda que tem clientes acusados de vários tipos de crime, entre eles tráfico de drogas. Mas afirmou que faz poucas visitas à penitenciária.

"Neste ano todo eu fui cinco vezes ao presídio. Se eu fosse [ligado ao PCC], teria que ter toda uma movimentação, um contato frequente com essas pessoas", disse.

Ele também afirmou acreditar ser impossível que advogados tentem entrar no presídio para levar celulares a seus clientes, porque a revista é rigorosa.

Disse ainda que advogados ficam somente com a roupa e até sapatos passam pelo aparelho de raio-X. "Até uma caneta que entra é registrada."

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