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Número de PMs assassinados cresce 73% em São Paulo

Maior aumento de vítimas ocorreu durante o período de folga dos policiais; total de mortos pela PM subiu 32%

DE SÃO PAULO

O número de policiais militares mortos na cidade de São Paulo cresceu 73% nos sete primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado -foram 57 PMs assassinados, contra 33 entre janeiro e julho de 2011.

As estatísticas, da própria PM, mostram ainda que o salto na mortalidade foi maior durante os períodos de folga, quando o número de vítimas aumentou de 21 para 48. Já entre os mortos em serviço, o total caiu de 12 para 9.

Em julho deste ano, começou a tomar corpo na cidade uma onda de atentados contra policiais, o que levou a corporação a armar esquemas especiais de operação, com reforço de segurança em unidades policiais e blitze em vias estratégicas.

O número de pessoas mortas por PMs também cresceu. Foram 170 vítimas de policiais nos sete primeiros meses deste ano contra 128 no mesmo período do ano passado (uma alta de 32%).

O número inclui os mortos em confrontos (132) e as vítimas de homicídios cometidos por policiais que estavam em serviço ou em seu horário de folga (38).

Para Oscar Vilhena Vieira, pós-doutor em direitos humanos e professor de direito da Fundação Getulio Vargas, há três fatores que influenciam na letalidade policial: 1) a estrutura militarizada da PM que "trata setores da população como inimigos"; 2) os discursos "duros" de governadores que incentivam a ação enérgica e; 3) a falta de investimento em qualificação.

"Não adianta comprar carros, armas, investir em comunicação, se não treinar o policial adequadamente."

CONFRONTOS

O Comando da PM não quis se manifestar sobre o aumento da letalidade. Em julho, à Folha, o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, atribuiu a alta ao maior número de confrontos.

"Hoje, com investimento em comunicação, viaturas, a polícia tem condições de chegar ao local logo após o crime ou quando ele está ocorrendo. O confronto é inevitável."

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