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Mario Turi Cataldi (1928-2012)

O professor e as obras italianas

ANDRESSA TAFFAREL
DE SÃO PAULO

Mario Turi Cataldi não era muito apegado a bens materiais, mas tinha um ciúme imenso da sua coleção de filmes e livros, principalmente das obras italianas. Não costumava nem emprestá-las para não correr o risco de nunca mais devolverem.

De algumas era difícil até de chegar perto, caso do seu longa preferido, "Moscati - O Doutor que Virou Santo" (2007), baseado na história real do médico italiano Giuseppe Moscati, canonizado pela Igreja Católica em 1987.

Tanta paixão pela Itália tinha motivo: apesar de ser gaúcho de Santa Maria, viveu em Milão, terra natal de seu pai, dos quatro aos dez anos. No ano passado, durante uma viagem com a mulher e os três filhos pelo país, chorou ao reconhecer a escola onde estudou, na cidade de Lucca.

Morava em São Paulo desde os 18. Cursou farmácia na USP, instituição na qual lecionou por 40 anos como professor do Instituto de Química. Querido pelos alunos, se dizia apaixonado pela sala de aula -gostava de ensinar e compartilhar seu conhecimento.

Muito calmo, nunca levantou o tom da voz para ninguém, conta a família. Casado desde 1954 com Laura ("que fazia tudo por ele"), era pai de Renata, Fernando e Fabio. Tinha ainda seis netos.

Nos últimos dias de vida, já no hospital, disse que "dedicava o seu sofrimento à evolução espiritual da família".

Morreu no dia 23, aos 84 anos, ao som da ópera "La Bohème", de Giacomo Puccini, providenciada pelo neto mais velho, Gustavo. Segundo a família, despediu-se da maneira como vislumbrava nos filmes de que tanto gostava.

coluna.obituario@uol.com.br

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