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Análise

Convívio entre idosos ajuda no resgate da vida social

Centro-dia surge como opção para quem não apresenta limitação grave

ROSA SATO CHUBACI
ESPECIAL PARA A FOLHA

QUANDO BEM EQUIPADOS E ESTRUTURADOS, ESSES CENTROS PODEM TRAZER BENEFÍCIOS BIOPSICOSSOCIAIS À VIDA DOS IDOSOS, COMO SUPERAÇÃO DA PERDA DE ENTES QUERIDOS

Com o envelhecimento da população brasileira, que em 2020 deve atingir 30 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, o centro-dia surge como opção para atender a demanda por um serviço de assistência a idosos semidependentes.

Idosos semidependentes são aqueles que não apresentam limitações graves e que não podem receber os cuidados necessários durante o dia por parte de seus familiares.

Alguns estudos realizados pelos pesquisadores gerontólogos da USP (Universidade de São Paulo) mostram que os motivos que levam os familiares a colocar seus idosos em um centro-dia são vários. Alguns exemplos:

1 - Conflitos na família;

2 - Necessidade de tempo livre para o cuidador;

3 - Necessidade de atividade e convívio social para o idoso;

4 - Percepção do estresse e cansaço para cuidar;

5 - Declínio cognitivo e da funcionalidade do idoso.

VIDA SOCIAL

Quando bem equipados e estruturados, esses centros trazem benefícios biopsicossociais à vida dos idosos. Dentre eles, foram relatados pelos idosos aspectos de superação a determinados eventos de vida, como a perda de entes queridos.

O convívio entre os idosos frequentadores e destes com os profissionais também se mostrou essencial no resgate da vida social.

Além disso, os familiares também observam benefícios como perceber o idoso mais feliz, com mais tempo livre para si e família, além de melhora na saúde e na relação com os familiares.

Esses resultados mostram o centro-dia como opção positiva e alternativa para evitar o asilamento.

Eles já são uma realidade em vários países.

No Japão, por exemplo, o centro-dia é encontrado em todos os bairros, em todo território nacional, pois perceberam que a melhor alternativa para a pessoa idosa é retornar para a casa no final do dia e permanecer na companhia de seus familiares.

Esses centros precisam ser, urgentemente, instalados no Brasil, em um número que possa atender à população idosa, pois os que temos são insuficientes. Por isso, é fundamental que a proposta de centro-dia para idosos seja incorporada em uma política pública, com profissionais sérios e competentes.

ROSA SATO CHUBACI é professora de gerontologia da USP

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