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Campinas usa alternativa 'verde' para tratar água

Empresa faz teste inédito com ozônio

MARÍLIA ROCHA
DE CAMPINAS

Tem novidade na água de Campinas (a 93 km de São Paulo): a empresa de saneamento da cidade está testando uma alternativa mais econômica e eficaz para tratá-la. Em vez do cloro, aposta no uso de ozônio.

Iniciado em fevereiro, o projeto da Sanasa é considerado viável para substituir 80% do cloro utilizado.

Inédito no Brasil, o ozônio já é aplicado como desinfetante em outros países, segundo Sidnei Lima Siqueira, um dos responsáveis pelo projeto. "E já se mostrou extremamente vantajoso", diz.

O cloro, amplamente utilizado como desinfetante, elimina poluentes e compostos (como coliformes fecais) exigidos pela legislação, mas não acaba totalmente com resíduos complexos de pasta de dente e remédios, por exemplo.

O ozônio, por sua vez, é mais eficaz contra esse tipo de substância e outros micro-organismos, além de ser mais "verde" porque é totalmente decomposto e não deixa novos resíduos na água.

"Mas, por isso, no fim do tratamento ainda precisaremos aplicar uma parcela de cloro, que fica mais tempo na água e garante que ela chegue tratada às casas, mesmo passando por tubulações velhas ou caixas d'água sujas", diz Siqueira.

Segundo ele, a instalação do ozônio em escala industrial custaria R$ 20 milhões -todos os equipamentos são importados- e geraria uma redução do custo mensal de R$ 300 mil para R$ 250 mil.

"O investimento se paga em poucos anos, e a utilização é muito mais econômica. Precisamos só de energia elétrica para gerar o ozônio, enquanto o cloro tem que ser transportado e armazenado", diz o coordenador.

O projeto tem participação do Instituto de Química e da Faculdade de Engenharia Civil da Unicamp -que detectam as concentrações de compostos que restam na água após o tratamento com ozônio e sua capacidade de destruir micro-organismos que o cloro não elimina.

A Sanasa vai avaliar os resultados até a metade de 2013 para decidir se fará alterações na planta de alguma estação.

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