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Sindicato pode suspender greve de docentes

Comando nacional pede que entidades discutam nos Estados continuidade da paralisação, que dura mais de 3 meses

Das 59 universidades federais, 57 aderiram ao movimento; ministério ofereceu reajuste entre 25% e 40%, em 3 anos

DE BRASÍLIA

O comando nacional de greve dos professores das universidades federais divulgou comunicado em que, pela primeira vez, considera a possibilidade de saída unificada da greve, iniciada há mais de três meses.

O Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) defende a continuidade da paralisação, mas pede que os sindicatos nos Estados debatam sobre o fim do movimento. Em nota divulgada anteontem, a entidade afirma que é preciso questionar se a greve conseguirá de fato trazer "reais possibilidades de conquistar a reabertura de negociações em curto prazo". "Em caso de posicionamento favorável, que indiquem o marco temporal para a suspensão unificada", diz a nota.

O Andes afirma que os professores vêm recebendo uma pressão cada vez maior das reitorias para voltar ao trabalho, diante do prejuízo já provocado ao calendário acadêmico. "O comando nacional não pode passar ao largo dessa leitura do cenário", afirma Josevaldo Cunha, diretor do sindicato. Ele faz a ressalva de que, apesar da sugestão do Andes, caberá aos Estados decidir se a greve continua. Ao todo, das 59 universidades federais do país, 57 aderiram ao movimento.

Algumas instituições, no entanto, decidiram encerrar a paralisação após a assinatura do acordo entre o governo e o Proifes, entidade que também representa os docentes.

Ao menos oito deixaram a greve e devem retomar as aulas ainda neste mês.

O Ministério do Planejamento ofereceu um reajuste entre 25% e 40%, divididos nos próximos três anos. Os índices são superiores ao oferecido à grande maioria dos demais servidores (15,8%).

O governo ainda atendeu pedido para redução do número de degraus para se chegar ao topo da carreira: os 17 níveis foram reduzidos a 13.

Docentes ligados ao Andes não aceitaram a oferta e cobraram a reabertura da negociação. O governo, entretanto, já encaminhou o projeto de lei com as mudanças ao Congresso Nacional.

"Diminuíram as chances [de mudança]", afirma Cunha.

(FLÁVIA FOREQUE)

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