Volta do feriado terá estradas entupidas

	Fabio Braga/Folhapress
	Trânsito intenso na saída de São Paulo em direção ao interior pela rodovia Ayrton Senna

Depois de enfrentar horas e horas de fila nos congestionamentos, o paulistano ainda teve que encarar um dia nublado nas praias do litoral. Amanhã, outra má notícia: a previsão é de estradas entupidas quase todo o dia.

Quem viajou disse temer o trânsito no retorno. O rush pós-feriado de Independência deve começar ao meio-dia, segundo a maior parte das concessionárias que administram rodovias.

No sistema Anchieta-Imigrantes, que liga São Paulo à Baixada Santista e ao litoral sul, o trânsito deve piorar ainda mais cedo, às 8h. A partir desse horário, oito das dez faixas serão dedicadas à volta.

Ontem, assim como na quinta-feira, o dia foi complicado nas estradas. O caminho entre São Paulo e a Riviera de São Lourenço, em Bertioga, por exemplo, levou seis horas e meia; o normal são duas.

Marina Romeu, 50, foi uma das que levaram mais de seis horas para descer a serra. Ela decidiu adiar a volta para segunda pela manhã, para tentar pegar a estrada mais livre.

SEM SOL

Na praia em que ela estava, em Barra do Una (São Sebastião), trânsito e o medo de ficar parado na estrada na volta do feriado foi o o assunto principal entre os banhistas. Ainda havia o dia nublado.

"O sol não quis pegar o trânsito e ficou curtindo em São Paulo", brincou Marina.

Foi assim na maioria das praias de São Sebastião, Bertioga e também do Guarujá.

Ainda em Mogi das Cruzes, em uma fila de carros a meio caminho do litoral norte, Luis Zuin, 40, desistiu e voltou para São José dos Campos, onde mora. Ele ia com a mulher para Boraceia, em Bertioga.

"Não costumamos sair de casa no feriado. Essa foi a primeira e última vez que fizemos essa loucura. Não vale a pena", afirmou.

De ônibus, o fotógrafo Michel Bechara, 23, gastou quatro horas e meia entre o Jabaquara (zona sul de São Paulo) e o Guarujá, trajeto que leva uma hora e 40 minutos em um dia convencional.

Ele quis deixar o carro em casa para evitar estresse no trânsito. Mesmo assim, chiou. "Foi horrível ficar apertado no ônibus, sem poder usar o banheiro", contou. "Agora estou receoso de como será a volta."

VIOLÃO E CACHORRO

Para o interior, mais problemas. A Régis Bittencourt, rota para o Sul, chegou a ter 30 km de congestionamento.

Com o trânsito completamente travado, um grupo aproveitava para tocar violão. Mais adiante pessoas passeavam com o cachorro.

Era possível encontrar ainda pessoas fazendo refeições ou trocando fraldas de crianças recém-nascidas.

O caminho para Itu demorou três horas e meia; normalmente, é de pouco mais de uma hora.